Menor de 14 anos: é sempre estupro de vulnerável?

Se você tem dúvidas sobre quando a lei considera crime uma relação envolvendo menor de 14 anos, este texto vai te ajudar a entender o que realmente importa.

imagem representando estupro menor de 14 anos

Descubra se relação sexual com menor de 14 anos é considerado estupro!

A legislação brasileira trata com extrema seriedade qualquer situação envolvendo ato sexual com menor de 14 anos, classificando esses casos como estupro de vulnerável, independentemente de consentimento, relacionamento ou aprovação familiar.

Muitas pessoas só descobrem essa regra ao serem denunciadas ou investigadas e, diante da surpresa e do medo, surgem dúvidas importantes: existe alguma exceção? Como a Justiça analisa cada caso? O que realmente diz a lei?

Este artigo foi preparado para explicar como o Direito Penal enxerga o tema e quais cuidados você precisa ter se estiver enfrentando uma acusação desse tipo.

Continue a leitura para entender, de forma simples e segura, quando a lei considera o menor como vulnerável e o que isso significa na prática.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que a lei diz sobre relação com menor de 14 anos?

A lei estabelece que qualquer ato sexual com pessoa menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal.

A regra vale mesmo quando há consentimento, relacionamento, afinidade ou quando a família da vítima concorda com o vínculo.

A lei parte do entendimento de que essa idade não permite consentimento válido. Por isso, se você mantiver relação sexual com alguém de 13 anos, mesmo em um namoro socialmente aceito, a conduta continua sendo crime.

A jurisprudência brasileira reforça essa interpretação e aplica a norma de forma rígida.

Esse ponto costuma surpreender muitas pessoas acusadas, principalmente em situações em que ambos conviviam de forma aparentemente estável.

Entender essa base legal é essencial para que você saiba o risco jurídico envolvido e busque orientação adequada desde o início.

Por que um menor de 14 anos é considerado vulnerável?

Um menor de 14 anos é considerado vulnerável porque, para o Direito Penal, ele não possui maturidade suficiente para compreender a natureza e as consequências de um ato sexual.

A lei presume que nessa fase da vida ainda há intenso desenvolvimento físico, emocional e psicológico, o que impede consentimento válido.

Por isso, mesmo que você veja casos de adolescentes com aparência mais velha, comportamento adulto ou liberdade familiar para namorar, isso não altera a proteção jurídica.

A vulnerabilidade é absoluta, ou seja, não depende de análise do comportamento da vítima.

A lógica é evitar situações de abuso, desigualdade e exploração, garantindo proteção ampla.

Assim, quando você se envolve com alguém menor de 14 anos, mesmo acreditando que a relação é “normal”, a lei interpreta como vulnerabilidade e enquadra como crime.

Existe exceção quando há relação com menor de 14 anos?

Regra geral, não existe exceção: relação com menor de 14 anos configura estupro de vulnerável.

No entanto, o Superior Tribunal de Justiça já reconheceu situações excepcionais, em que o caso concreto demonstrava contexto muito específico, como núcleo familiar já formado, convivência contínua e ausência de consciência da ilicitude.

Em 2025, por exemplo, a 5ª Turma do STJ analisou um relacionamento entre jovem de 19 anos e adolescente de 13 anos, com filho, convivência familiar e anuência da família, e entendeu haver erro de proibição.

Isso não significa que consentimento familiar “autoriza” a relação, mas que o contexto pode permitir análise diferente. Ainda assim, esses cenários são raros e exigem provas sólidas.

Se você vive relação semelhante ou se sente confuso sobre como o Direito enxerga seu caso, buscar um advogado rapidamente é essencial, porque cada detalhe pode impactar o rumo da investigação ou do processo.

Quais são as penas por se relacionar com menor de 14 anos?

A pena para quem se relaciona sexualmente com menor de 14 anos é reclusão de 8 a 15 anos, conforme o art. 217-A do Código Penal.

É uma pena alta, aplicada mesmo quando o fato ocorre sem violência física ou quando o relacionamento parece consensual.

Em casos de agravantes, como lesão grave ou morte, a pena aumenta. Além disso, trata-se de crime considerado grave e com tratamento rigoroso durante o processo, inclusive na fixação de regime inicial.

Isso significa que, mesmo em situações de namoro aparentemente normal, você pode enfrentar uma acusação que traz consequências penais severas e impactos profundos na vida pessoal, familiar e profissional.

Por isso, agir com urgência ao receber uma denúncia ou intimação é fundamental para preservar seus direitos e construir uma defesa responsável.

imagem representando penas por se relacionar com menor de 14 anos

Veja quais são as penas por se relacionar com menores de 14 anos!

O que fazer ao ser acusado de relação com menor de 14 anos?

Ao ser acusado, você deve agir imediatamente, porque os primeiros passos influenciam diretamente no desfecho.

Uma orientação inicial segura inclui:

▸Evitar falar sem advogado, pois qualquer declaração precipitada pode ser usada contra você.

▸Reunir documentos, conversas, prints, testemunhas e histórico da relação, para que o advogado entenda o contexto completo.

▸Verificar a real idade da vítima, já que, em algumas situações, o agente pode ter sido induzido ao erro por aparência, comportamento ou informações da família.

▸Avaliar se há hipótese de erro de tipo ou erro de proibição, especialmente em casos de relacionamento público ou com convivência familiar.

▸Acompanhar todas as fases da investigação e nunca ignorar intimações ou prazos.

Casos envolvendo o art. 217-A exigem estratégia técnica, análise detalhada das provas e atuação rápida.

Quanto antes você buscar orientação jurídica especializada, maiores são as chances de evitar equívocos que prejudiquem sua defesa e de proteger seus direitos com segurança.

Um recado final para você!

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Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui!

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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