Aluna perde R$ 77 mil da formatura no Jogo do Tigrinho

Uma festa de formatura cancelada e R$ 77 mil perdidos em apostas. Saiba como um simples jogo online virou um pesadelo para uma turma de Direito.

Aluna perde R$ 77 mil da formatura no Jogo do Tigrinho

Aluna perde R$ 77 mil da formatura no Jogo do Tigrinho

Organizar uma formatura é um momento especial para qualquer estudante, mas, infelizmente, nem sempre as coisas saem como o esperado.

Recentemente, um caso em Santa Catarina chamou a atenção: uma aluna de Direito, responsável pelo fundo de formatura da turma, utilizou R$ 77 mil arrecadados pelos colegas para apostas online, incluindo o Jogo do Tigrinho.

O dinheiro, que deveria cobrir os custos da festa, foi perdido, e agora os estudantes tentam recuperar o valor por meio da Justiça.

Além do impacto financeiro e emocional para os alunos, o caso levanta importantes questões jurídicas.

Afinal, quais são as possíveis consequências legais para a estudante? O que diz a lei sobre jogos de azar no Brasil? Existe chance de reaver o dinheiro?

Neste artigo, vamos esclarecer essas dúvidas, explicar a legislação aplicável, os riscos das apostas online e quais as medidas jurídicas cabíveis para situações como essa.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

Estudante de Direito perde R$ 77 mil da formatura em apostas

Uma estudante de Direito da Unidade Central de Educação Faem (UCEFF), localizada em Chapecó, Santa Catarina, é investigada pela Polícia Civil após desviar cerca de R$ 77 mil do fundo de formatura de sua turma.

Como presidente da comissão de formatura, ela era responsável pela administração do dinheiro, arrecadado ao longo de três anos pelos alunos.

Menos de um mês antes da cerimônia, marcada para 22 de fevereiro de 2025, a estudante revelou aos colegas que havia perdido todo o valor em apostas online, incluindo o Jogo do Tigrinho.

Em uma mensagem enviada ao grupo da turma, a estudante admitiu ter se viciado em apostas online, justificando que, ao perder todo o dinheiro pessoal, começou a usar os recursos da formatura para tentar recuperar as perdas.

O prejuízo totalizou R$ 76.992,00, e apenas R$ 2 mil haviam sido pagos à empresa responsável pela organização da formatura.

A empresa, ao perceber a falta do pagamento, entrou em contato com os alunos e foi informada de que o dinheiro havia sido perdido.

Diante da situação, os colegas da estudante registraram um boletim de ocorrência, e a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o caso, considerando possíveis crimes de apropriação indébita ou estelionato.

Enquanto as investigações seguem, os alunos tentam arrecadar novamente o valor perdido, organizando campanhas e eventos para viabilizar a realização da formatura em maio de 2025.

O que é o Jogo do Tigrinho?

O Jogo do Tigrinho, oficialmente conhecido como Fortune Tiger, é um jogo de apostas online do tipo caça-níqueis, desenvolvido pela empresa PG Soft.

O jogo apresenta um layout de 3 linhas e 3 rolos, em que os jogadores precisam formar combinações de símbolos iguais para receber prêmios em dinheiro.

A temática é baseada no tigre dourado, um símbolo de sorte na cultura chinesa, e oferece recursos como multiplicadores de ganhos e rodadas bônus.

O jogo ganhou popularidade no Brasil principalmente devido à divulgação feita por influenciadores digitais, que promovem a plataforma como uma forma rápida de ganhar dinheiro.

No entanto, assim como outros jogos de azar, o Jogo do Tigrinho não garante retorno financeiro aos jogadores e pode levar a perdas significativas.

No caso da estudante investigada, o vício no jogo resultou na perda de um valor considerável, comprometendo a realização da formatura de toda a turma.

O Jogo do Tigrinho é legal no Brasil?

A legislação brasileira proíbe a exploração de jogos de azar desde 1946, conforme o Decreto-Lei nº 9.215/1946.

A proibição inclui cassinos físicos e, por extensão, os jogos de azar online. No entanto, a legislação atual não trata especificamente das apostas realizadas em plataformas estrangeiras, como é o caso do Jogo do Tigrinho.

O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 50, prevê pena de detenção de três meses a um ano e multa para quem explora jogos de azar no país.

No entanto, o foco da punição está nos operadores do jogo, e não nos jogadores. Isso significa que, embora o Jogo do Tigrinho não seja regulamentado no Brasil, os apostadores dificilmente serão responsabilizados criminalmente pelo uso da plataforma.

Além disso, em 2023, foi sancionada a Lei nº 14.790/2023, que regula as apostas esportivas no Brasil, mas não engloba cassinos e jogos de azar como o Jogo do Tigrinho.

Isso reforça a falta de regulamentação desse tipo de jogo no país, tornando os jogadores vulneráveis a fraudes e prejuízos financeiros.

Quais são os riscos das apostas online?

As apostas online, especialmente em plataformas não regulamentadas, podem trazer diversos riscos, tanto financeiros quanto psicológicos.

O principal risco é o vício em jogos, que pode levar o jogador a perder o controle sobre os gastos, tentando recuperar o dinheiro perdido.

No caso da estudante investigada, a compulsão por apostas fez com que ela utilizasse os fundos da formatura na esperança de recuperar o valor perdido, resultando em um prejuízo irreparável.

Outro grande risco é a falta de garantia de pagamento, já que muitas plataformas não regulamentadas não oferecem suporte ou mecanismos de reembolso caso o jogador enfrente problemas.

Além disso, há o risco de fraudes, já que esses sites podem alterar algoritmos para dificultar os ganhos e maximizar os lucros da plataforma.

Outro ponto de alerta é a possibilidade de lavagem de dinheiro. Como esses jogos não são regulamentados no Brasil, não há controle sobre as transações financeiras, o que pode ser explorado por criminosos para ocultar atividades ilícitas.

Diante desses riscos, é essencial que os usuários sejam cautelosos ao realizar apostas online e busquem informações sobre a legalidade e segurança das plataformas antes de investir dinheiro.

A estudante pode ser punida criminalmente?

A estudante que desviou os fundos de formatura pode responder criminalmente por apropriação indébita (artigo 168 do Código Penal) ou estelionato (artigo 171 do Código Penal), dependendo da interpretação das autoridades responsáveis pela investigação.

A apropriação indébita ocorre quando alguém se apropria de um bem que lhe foi confiado, sem devolvê-lo ao verdadeiro dono.

Nesse caso, o dinheiro da formatura foi entregue à estudante para gestão da comissão, mas ela usou os valores para outra finalidade sem autorização dos colegas.

A pena prevista para esse crime é de um a quatro anos de reclusão, além de multa.

Já o estelionato ocorre quando alguém obtém vantagem ilícita, induzindo outras pessoas ao erro.

Se for comprovado que a estudante usou de artifícios para ocultar as perdas e continuar arrecadando dinheiro dos alunos, ela poderá ser enquadrada nesse crime, cuja pena pode variar entre um e cinco anos de reclusão e multa.

Além da esfera criminal, a estudante pode ser processada civilmente pelos colegas, que podem exigir a devolução do valor perdido por meio de uma ação de indenização por danos materiais.

Se condenada, ela será obrigada a ressarcir os valores, além de possíveis danos morais.

O que acontece com os alunos prejudicados?

Os colegas da estudante, além de terem registrado um boletim de ocorrência, estão buscando maneiras de arrecadar novamente o valor necessário para realizar a formatura.

Para isso, iniciaram uma campanha de doações online e planejam realizar eventos beneficentes para levantar recursos.

Apesar do prejuízo, os alunos ainda tentam manter o planejamento para que a formatura aconteça em maio de 2025.

No entanto, a realização do evento depende do sucesso das arrecadações e da possível recuperação do dinheiro por meio das investigações policiais.

Conclusão

O caso da estudante de Direito que perdeu R$ 77 mil da formatura em apostas online serve como um alerta sobre os riscos do vício em jogos de azar e a importância da gestão responsável de recursos financeiros.

Embora o Jogo do Tigrinho seja amplamente divulgado, ele não é regulamentado no Brasil e pode levar a prejuízos irreversíveis.

Do ponto de vista jurídico, a estudante pode responder criminalmente pelos atos praticados e ser obrigada a ressarcir os valores perdidos.

Enquanto isso, os alunos prejudicados seguem buscando soluções para viabilizar a formatura.

Esse caso reforça a necessidade de educação financeira e conscientização sobre os perigos das apostas online, além da importância de regulamentações mais claras para proteger os consumidores contra esse tipo de problema.

Um recado final para você!

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

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Sabemos que o tema “aluna perde R$ 77 mil da formatura no Jogo do Tigrinho” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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