Quais são os direitos do cônjuge abandonado?

Descubra os direitos do cônjuge abandonado, as consequências do abandono de lar e como agir para proteger seus bens e sua família.

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Quais são os direitos do cônjuge abandonado?

Quando um cônjuge decide abandonar o lar conjugal, isso pode causar muitos danos emocionais e legais ao outro cônjuge.

Esse é um tema delicado, que envolve questões complexas, como partilha de bens, guarda dos filhos e até mesmo pensão alimentícia.

Se você está passando por uma situação em que se sente abandonado pelo seu parceiro ou parceira, é fundamental entender seus direitos e como proceder para proteger seus interesses.

Aqui, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre o abandono de lar, as consequências para o cônjuge que abandona o lar, os direitos do cônjuge abandonado e muito mais.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que caracteriza abandono no casamento?

O abandono no casamento acontece quando um dos cônjuges decide deixar o lar conjugal sem qualquer justificativa válida e sem intenção de retornar.

Esse afastamento não pode ser um simples desentendimento momentâneo ou uma viagem prolongada; para ser caracterizado como abandono, deve haver uma ruptura real e duradoura da vida em comum, impactando diretamente a relação conjugal e as responsabilidades que dela decorrem.

Além da ausência física, o abandono também pode se manifestar de forma emocional e financeira.

Isso ocorre quando um cônjuge se ausenta das obrigações do casamento, deixando o parceiro sem suporte material e afetivo, mesmo que ainda mantenha alguma presença esporádica.

O abandono pode envolver tanto a negligência nas responsabilidades domésticas quanto a falta de suporte financeiro para as despesas do lar e dos filhos, se houver.

No Brasil, o casamento e a união estável são protegidos por normas que impõem deveres aos cônjuges, como convivência, fidelidade, assistência mútua e sustento da família.

Quando um dos cônjuges simplesmente desaparece da vida do outro, sem prestar contas ou oferecer suporte, isso pode ser visto como um rompimento unilateral da relação, que traz consequências legais importantes.

Como se configura o abandono de lar?

Quando o cônjuge toma a decisão de abandonar o lar conjugal sem qualquer motivo válido ou intenção de regressar, considera-se abandono do lar.

Essa situação representa um descaso com as necessidades emocionais e materiais do outro cônjuge e dos filhos, e se aplica tanto ao casamento quanto à união estável.

Para que o abandono seja configurado, a ausência deve ser voluntária e contínua, ou seja, não basta um afastamento temporário ou um distanciamento por conta de uma crise conjugal passageira.

O que realmente caracteriza o abandono é a falta de intenção de retorno e a negligência das obrigações matrimoniais. Se um cônjuge simplesmente vai embora, sem comunicação e sem oferecer suporte financeiro ou emocional, isso se torna uma violação dos deveres do casamento.

Além disso, o tempo de ausência é um fator importante para configurar o abandono legalmente.

No Brasil, um cônjuge pode ser considerado abandonador após um ano contínuo de ausência, desde que fique comprovado que ele não teve intenção de retomar a vida conjugal.

Esse período é relevante porque permite que o outro cônjuge tome providências jurídicas, como iniciar um pedido de divórcio, guarda dos filhos e pensão alimentícia.

O que acontece quando um cônjuge abandona o lar?

O abandono de lar traz uma série de consequências legais e emocionais para o casal e, se houver filhos, para toda a estrutura familiar.

O primeiro impacto é na própria relação conjugal, pois o cônjuge que ficou tem o direito de buscar a separação ou o divórcio, alegando o abandono como motivo.

A divisão de bens também pode ser impactada.

Se o casal estava casado sob comunhão parcial de bens, tudo o que foi adquirido durante o casamento será dividido igualmente, independentemente de quem contribuiu mais.

No entanto, se o cônjuge que abandonou parou de contribuir financeiramente com as despesas do lar, essa questão pode ser levada em consideração durante o processo judicial.

Outro ponto crucial é a guarda dos filhos.

O cônjuge que abandona o lar pode perder a guarda dos filhos, pois os tribunais sempre priorizam o melhor interesse da criança. Se um dos pais demonstra descaso e negligência, a tendência é que a guarda seja concedida ao cônjuge que permaneceu e cuidou da criança.

Além disso, a justiça pode determinar o pagamento de pensão alimentícia, tanto para os filhos quanto, em alguns casos, para o cônjuge abandonado, especialmente se ele estiver em situação de vulnerabilidade financeira.

Quanto tempo é considerado abandono de lar?

O tempo mínimo para que um abandono de lar seja reconhecido legalmente no Brasil é um ano contínuo de ausência sem justificativa válida.

Isso significa que se um dos cônjuges sair de casa e não retornar dentro desse período, já pode ser iniciado um processo de divórcio alegando abandono.

Além disso, se o cônjuge abandonado permanecer no imóvel por dois anos consecutivos, sem que o outro tente reaver seus direitos, ele pode pleitear a usucapião familiar (artigo 1240-A do Código Civil)

Isso significa que o cônjuge que ficou na casa pode adquirir a propriedade total do imóvel, desde que não tenha outro imóvel em seu nome e que esteja utilizando a residência para moradia própria e dos filhos, se houver.

O tempo, portanto, é um fator essencial para determinar não apenas a configuração do abandono, mas também as possíveis consequências patrimoniais e jurídicas para o cônjuge que saiu de casa.

Quais são os direitos do cônjuge abandonado?

O cônjuge abandonado tem vários direitos garantidos por lei, que visam proteger sua segurança emocional e financeira.

Um dos principais é o direito à partilha de bens, conforme o regime de bens do casal.

Mesmo que o cônjuge tenha saído de casa, ele ainda terá direito a sua parte nos bens adquiridos durante o casamento, desde que esses bens estejam dentro do regime de comunhão.

Outro direito importante é o de solicitar pensão alimentícia, especialmente se o cônjuge abandonado não tiver condições de se manter sozinho ou se houver filhos menores envolvidos.

A pensão pode ser determinada pelo juiz e deve cobrir despesas básicas, como moradia, alimentação, saúde e educação.

Além disso, o cônjuge que ficou pode pleitear a guarda dos filhos, garantindo que as crianças tenham estabilidade emocional e financeira.

Se o abandono demonstrar um descaso por parte do cônjuge que saiu, isso pode pesar na decisão do juiz ao determinar a guarda e a convivência dos filhos com o outro genitor.

Quais são as consequências para o cônjuge que abandona o lar?

O cônjuge que abandona o lar não está isento de suas responsabilidades legais.

Uma das primeiras consequências é que ele pode ser condenado a pagar pensão alimentícia para o cônjuge e para os filhos, caso necessário.

A justiça entende que, mesmo não estando presente, ele tem a obrigação de contribuir financeiramente para o sustento da família.

Além disso, se o abandono for prolongado, o cônjuge que permaneceu na residência pode solicitar a usucapião familiar, adquirindo a propriedade exclusiva do imóvel. Isso significa que quem abandona o lar pode perder o direito à casa, dependendo das circunstâncias.

Se houver filhos, o cônjuge que abandonou pode perder a guarda e até mesmo ter dificuldades para conseguir um regime de visitas.

A justiça sempre prioriza o bem-estar das crianças, e a ausência prolongada pode ser interpretada como negligência.

O que fazer quando o cônjuge abandona o lar?

Diante do abandono de lar, a primeira medida a ser tomada é buscar orientação jurídica.

Um advogado especializado em direito de família pode esclarecer quais são seus direitos, como proceder com a separação e quais medidas legais podem ser adotadas.

Além disso, é importante documentar o abandono, reunindo provas da ausência do cônjuge.

Isso pode incluir testemunhos de vizinhos e familiares, registros de comunicação e comprovantes financeiros que demonstrem que o cônjuge deixou de contribuir para as despesas do lar.

Outra ação fundamental é garantir a proteção financeira e emocional dos filhos, se houver.

Caso necessário, o cônjuge abandonado pode pedir uma medida judicial para garantir pensão alimentícia e formalizar a guarda das crianças.

Como provar o abandono de lar?

Provar o abandono de lar pode ser um desafio, mas é possível com a coleta  de algumas evidências claras e consistentes. A principal prova será a ausência prolongada do cônjuge sem qualquer intenção de retorno.

Alguns exemplos de provas incluem:

Declarações de vizinhos, amigos ou familiares que possam confirmar que a pessoa deixou o lar e não retornou por um período prolongado.

Boletins de ocorrência (quando o abandono gerou problemas específicos), correspondências não recebidas ou devolvidas ao remetente e registros de endereço em nome do cônjuge ausente em outro local são úteis.

Contratos de aluguel ou compra de imóvel em nome do cônjuge que abandonou o lar ou registros de alteração de endereço em cadastros públicos, como contas de água, luz, e outros serviços essenciais, podem ajudar a demonstrar o abandono.

Ausência de contribuições financeiras para o sustento do lar ou dos filhos e falta de envolvimento nas responsabilidades familiares também reforçam a prova de abandono.

Essas evidências ajudarão a fundamentar o seu caso e garantir que você possa proteger seus direitos legais adequadamente. Neste momento, é essencial contar com o auxílio de um advogado para proteger os direitos e facilitar o processo legal de forma eficaz e justa.

Um recado final para você!

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Em caso de dúvidas, busque assistência jurídica especializada para o seu caso.

Sabemos que o tema “quais são os direitos do cônjuge abandonado?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

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