Como funciona a contratação de médicos?

A contratação de médicos exige mais do que um jaleco e um carimbo. Entenda quais são seus direitos e evite cair em vínculos irregulares ou abusivos.

Como funciona a contratação de médicos?

Como funciona a contratação de médicos?

Se você é médico ou está em vias de começar sua atuação profissional, é bem provável que já tenha escutado essa pergunta (ou se feito essa pergunta): afinal, como funciona a contratação de médicos no Brasil?

E mais do que isso: qual tipo de contratação é melhor, mais segura e justa? O que você precisa saber antes de aceitar um plantão? Tem diferença entre PJ e CLT? E se te oferecerem algo “informal”, tudo bem aceitar?

Pode respirar fundo. Esse artigo é justamente pra te dar clareza, te ajudar a entender os seus direitos, os tipos de contratos mais usados hoje no mercado da saúde e, principalmente, os cuidados que você deve ter ao aceitar uma proposta.

Mas um spoiler: um contrato mal estruturado pode te dar muita dor de cabeça lá na frente. Vamos entender juntos?

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: Clique aqui!

Como funciona a contratação de médicos?

A contratação de médicos no Brasil pode ocorrer de várias formas, dependendo da relação estabelecida com o hospital ou clínica.

Os modelos mais comuns são: CLT (carteira assinada), PJ (pessoa jurídica), autônomo, cooperado e estatutário. Cada um tem implicações diferentes nos direitos, deveres e segurança jurídica do profissional.

No regime CLT, o médico é empregado, com jornada definida, salário fixo e benefícios como férias, 13º e FGTS.

Já como PJ, ele presta serviço por meio de um CNPJ, com mais autonomia e sem vínculo empregatício.

Na prática, muitos hospitais usam o modelo PJ, mas exigem do médico obrigações típicas de CLT, o que pode gerar problemas legais futuros.

Por isso, entender como funciona a contratação de médicos é essencial para evitar situações irregulares e proteger sua carreira.

Quais são os tipos de contratação de médicos?

Os principais tipos de contratação de médicos no Brasil são: CLT, PJ, autônomo, cooperado e estatutário. Cada um tem características próprias e afeta diretamente os direitos e deveres do profissional.

Na contratação pela CLT, o médico é empregado formal da instituição, com jornada registrada, salário fixado, férias, 13º, FGTS e todos os benefícios garantidos pela legislação trabalhista.

Esse modelo é mais comum em instituições públicas ou filantrópicas.

No modelo PJ (pessoa jurídica), o médico atua como prestador de serviço, por meio de um CNPJ próprio. Ele emite nota fiscal, tem liberdade para escolher horários e locais de trabalho, e não tem os benefícios previstos na CLT.

No entanto, se esse médico, mesmo como PJ, estiver submetido a ordens, controle de jornada e exclusividade, pode haver reconhecimento de vínculo empregatício.

O autônomo presta serviços como pessoa física, por meio de RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo).

É um modelo usado em plantões eventuais, mas também oferece baixa proteção legal, já que o profissional assume todos os riscos e tributos sozinho.

Já o médico cooperado atua por meio de uma cooperativa que intermedeia a prestação de serviços. Ele não tem vínculo direto com o hospital, mas também não é um empresário individual.

Aqui estamos falando de médicos aprovados em concursos públicos, que ingressam como servidores e são regidos por estatuto próprio (como a Lei nº 8.112/90 para órgãos federais). Tem estabilidade após três anos, direito a aposentadoria especial e licenças específicas.

É um modelo mais rígido, mas que oferece muita segurança e previsibilidade de carreira.

Quais são os documentos para a contratação de médicos?

Seja qual for o regime, você vai precisar apresentar uma documentação básica, que pode variar de acordo com a formalização. Para CLT, por exemplo, a lista costuma incluir:

Já como PJ, você precisa ter:

Se for autônomo, em geral, precisa apenas do CPF, CRM, comprovante de endereço e o RPA.

Ainda assim, é importante lembrar: o fato de não exigirem documentação trabalhista não significa que não exista vínculo. A Justiça analisa a realidade dos fatos, não só o papel assinado.

Quais são os direitos trabalhistas na contratação de médicos?

Quais são os direitos trabalhistas na contratação de médicos?

Quais são os direitos trabalhistas na contratação de médicos?

Médicos contratados sob a CLT têm direito a férias, 13º salário, FGTS, adicional noturno, insalubridade, licença maternidade ou paternidade, descanso semanal e aviso prévio.

A jornada precisa seguir as normas legais, com controle de horas extras, pausas e descansos entre plantões.

Se o médico for PJ ou autônomo, esses direitos não se aplicam automaticamente.

No entanto, se houver rotina de trabalho com subordinação, exclusividade e controle, pode haver reconhecimento judicial de vínculo empregatício e o pagamento retroativo de todas essas verbas.

É por isso que, mesmo atuando como PJ, o médico precisa ficar atento aos limites legais da autonomia e buscar orientação jurídica ao primeiro sinal de irregularidade.

A contratação de médicos pode ser feita como PJ, ou isso é ilegal?

Sim, a contratação como PJ é legal, desde que feita de forma legítima.

Isso significa que o médico precisa ter liberdade de agenda, poder recusar plantões, não estar sujeito a ordens diretas e manter autonomia profissional.

O problema surge quando, apesar do contrato como PJ, o profissional é tratado como um empregado comum.

Essa prática é chamada de pejotização, e pode ser considerada fraude. A Justiça pode reconhecer o vínculo empregatício e determinar o pagamento de todos os direitos trabalhistas.

O STF já afirmou que o contrato PJ é válido, desde que reflita a realidade da prestação de serviço.

Contratar como PJ pode ser vantajoso quando há real independência. Mas se for apenas uma forma de burlar a CLT, os riscos são altos, tanto para o médico quanto para a instituição contratante.

Quais os riscos de aceitar uma contratação de médicos sem vínculo formal?

Aceitar um plantão ou contrato sem vínculo formal, sem nota fiscal ou sem contrato escrito, deixa o médico completamente desprotegido.

Não há garantias de pagamento, segurança jurídica ou respaldo em caso de conflito. A falta de documentação impede cobranças legais e dificulta até mesmo a comprovação da atividade.

Além disso, trabalhar informalmente pode gerar problemas fiscais e deixar o profissional exposto a multas e autuações.

Muitos médicos só percebem esses riscos quando já enfrentam atrasos, rompimentos repentinos ou não recebem pelo plantão realizado.

Outro ponto de atenção é a chamada pejotização oculta. Mesmo com CNPJ e contrato assinado, se a rotina de trabalho for controlada pelo hospital, o médico pode estar em situação irregular.

Nesses casos, a ajuda de um advogado é fundamental para avaliar os riscos, organizar provas e, se necessário, buscar o reconhecimento dos direitos na Justiça do Trabalho.

Um recado final para você!

Imagem representada por um advogado.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada em seu caso.

Sabemos que o tema “como funciona a contratação de médicos?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. Clique aqui!

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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