Falta de pagamento do salário: o que fazer?

O pagamento de salário não caiu na conta? Entenda seus direitos e saiba quais passos seguir para resolver a situação com segurança.

Imagem representando falta de pagamento do salário.

Falta de pagamento do salário: o que fazer?

Imagine que chega o dia de receber seu salário… e ele simplesmente não cai na sua conta. A sensação é de caos: contas vencem, compromissos se acumulam, o estresse vira companhia constante, e, além do peso emocional, essa situação é ilegal.

No Brasil, o pagamento do salário até o 5º dia útil do mês subsequente é obrigação legal. Qualquer atraso, ainda que de apenas um dia, já configura descumprimento jurídico, não há margem de tolerância.

Então, o que você pode, e deve, fazer para proteger seus direitos, exigir aquilo que é seu por lei e garantir que esse problema seja resolvido com justiça e eficiência? Vamos juntos passar por todas as etapas, sempre de forma clara e orientada.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!

Como funciona o pagamento de salário?

O pagamento do salário é uma obrigação legal que deve ser cumprida pelo empregador dentro de um prazo específico.

Pela CLT, o salário mensal precisa ser quitado até o 5º dia útil do mês subsequente ao trabalhado (Art. 459). Isso significa que qualquer pagamento realizado depois desse prazo já é considerado irregular.

Além disso, o salário pode ser pago em espécie, depósito bancário ou cheque, desde que seja entregue ao trabalhador de forma acessível e comprovada.

É importante lembrar que o valor indicado no holerite corresponde ao que deve ser recebido, incluindo o salário base e possíveis adicionais, como horas extras e gratificações.

Caso haja descontos, como INSS e IR, tudo deve ser discriminado de forma clara no contracheque.

Por isso, entender como funciona o pagamento do salário ajuda você a identificar quando a empresa descumpre a lei e dá o primeiro passo para exigir seus direitos.

O que fazer quando há falta de pagamento do salário?

Quando ocorre a falta de pagamento do salário, a primeira atitude recomendada é tentar resolver o problema diretamente com a empresa.

É válido conversar com o empregador ou com o setor de Recursos Humanos para entender o motivo do atraso e buscar uma solução rápida. Muitas vezes, pode se tratar de um problema pontual ou administrativo.

Se o diálogo não funcionar, o ideal é formalizar a cobrança. Isso pode ser feito por e-mail, carta registrada ou qualquer comunicação que gere prova.

Essa etapa é fundamental porque demonstra que você buscou resolver a situação de forma amigável.

Persistindo o problema, é possível registrar uma denúncia no sindicato da categoria ou no Ministério do Trabalho, que podem intermediar a situação e fiscalizar a empresa.

Caso mesmo assim não haja solução, você pode ingressar com uma ação trabalhista.

Nela, o juiz pode determinar o pagamento dos salários atrasados, com juros, correção monetária e multa, além de analisar situações que justifiquem indenização por danos morais.

Quais são as penalidades para a empresa que atrasa o pagamento de salário?

Quando ocorre o atraso no pagamento do salário, a empresa pode ser penalizada de diversas maneiras.

A principal consequência é o pagamento do valor devido com correção monetária e juros.

Além disso, para atrasos de até 20 dias, aplica-se uma multa de 10% sobre o valor do salário atrasado. Caso o atraso ultrapasse esse período, é acrescentada ainda uma multa adicional de 5% por dia útil.

Outra penalidade importante é a multa administrativa, aplicada pelos órgãos fiscalizadores quando há atraso, especialmente do 13º salário, podendo chegar a aproximadamente R$170,25 por empregado.

Em casos de atrasos recorrentes, a Justiça também pode autorizar a rescisão indireta do contrato de trabalho, permitindo que o trabalhador receba todos os direitos de uma demissão sem justa causa, como saque do FGTS, multa de 40%, férias proporcionais e 13º salário proporcional.

Além disso, se o atraso comprometer a sua vida financeira, causando negativação do nome ou constrangimentos, pode haver também indenização por danos morais, reconhecida pelos tribunais quando o prejuízo ao trabalhador fica evidente.

Se a empresa não fizer o pagamento do salário, posso entrar com ação judicial?

Quando a empresa não faz o pagamento do salário, você tem o direito de buscar a Justiça para garantir o recebimento. É possível entrar com uma reclamação trabalhista perante a Justiça do Trabalho.

Imagem explicativa sobre se a empresa não fizer o pagamento do salário, posso entrar com ação judicial.

Se a empresa não fizer o pagamento do salário, posso entrar com ação judicial?

Nessa ação, você pode pedir o pagamento dos salários devidos com correção monetária, juros e multas.

Em casos de atrasos frequentes, também é possível solicitar a rescisão indireta. Isso ocorre quando a empresa comete falta grave, permitindo que o contrato de trabalho seja encerrado com todos os direitos equivalentes a uma demissão sem justa causa.

Além disso, se o atraso trouxe prejuízos financeiros, emocionais ou constrangimentos, você pode pleitear indenização por danos morais.

Embora seja permitido ingressar com a ação sem advogado até a segunda instância, contar com assistência jurídica especializada aumenta suas chances de sucesso.

Um profissional saberá como calcular os valores corretos, reunir as provas necessárias e defender seus interesses de forma técnica e segura.

Em quanto tempo posso reaver valores quando o pagamento do salário não é feito?

Quando há falta de pagamento do salário, a lei trabalhista estabelece prazos claros para que você possa recuperar os valores devidos.

Mesmo que o contrato de trabalho tenha durado vários anos, você só pode cobrar judicialmente as parcelas referentes aos últimos cinco anos antes do ajuizamento da ação.

Esse é o chamado prazo quinquenal.

Além disso, se o contrato já foi encerrado, existe o prazo prescricional de dois anos após a rescisão para entrar com a ação.

Isso significa que, se você foi desligado da empresa, tem até dois anos para exigir judicialmente o pagamento dos salários atrasados. Passado esse período, o direito de ação é perdido.

Por isso, se você não recebeu os valores devidos, o ideal é não adiar a decisão. Quanto antes a ação for ajuizada, mais cedo você garante seus direitos e evita perder parcelas por prescrição.

Quanto tempo a empresa pode atrasar o pagamento do salário sem ser penalizada?

Em relação ao atraso no pagamento do salário, a lei é bastante clara: não existe tolerância legal. A empresa deve pagar o salário até o 5º dia útil do mês seguinte ao trabalhado.

Se o pagamento for feito após esse prazo, o empregador já está sujeito a penalidades, independentemente de quantos dias de atraso houver.

Essas penalidades incluem o pagamento do salário devido com correção monetária e juros desde o primeiro dia após o vencimento, além da aplicação das multas legais previstas para atrasos prolongados.

Mesmo um atraso mínimo, como de um único dia, já é considerado infração.

Portanto, sempre que o salário não for depositado dentro do prazo, você pode exigir seus direitos. Isso vale tanto para salários mensais quanto para pagamentos de adicionais, como o 13º salário.

Quais provas posso usar para exigir meus direitos no atraso do pagamento do salário?

Para garantir seus direitos em caso de atraso no pagamento do salário, reunir provas sólidas é essencial.

Entre os documentos mais importantes estão os holerites ou contracheques, que indicam os valores que deveriam ter sido pagos, e os extratos bancários, que demonstram a ausência ou atraso no depósito.

Além disso, comunicações internas são fundamentais. E-mails, mensagens ou protocolos de atendimento podem comprovar que você tentou resolver a situação com a empresa.

As notificações formais registradas, como cartas com aviso de recebimento, também reforçam sua posição caso seja necessário recorrer à Justiça.

Outros elementos úteis são testemunhas, especialmente colegas de trabalho que enfrentam a mesma situação, e documentos que demonstrem prejuízos decorrentes do atraso, como contas não pagas ou negativação do nome.

Quanto mais provas reunir, mais forte será a sua reivindicação e maiores são as chances de sucesso em uma eventual ação judicial.

Preciso de advogado para processar a empresa por falta de pagamento do salário?

Para processar a empresa por falta de pagamento do salário, você pode entrar com a ação trabalhista sem advogado até a segunda instância, com base no chamado jus postulandi, previsto na CLT.

No entanto, essa opção, apesar de possível, não é a mais indicada.

Um advogado trabalhista tem conhecimento técnico para calcular corretamente os valores devidos, reunir provas, apresentar argumentos sólidos e defender seus interesses com eficiência.

Ele também pode identificar outros direitos que você pode ter, como pedido de rescisão indireta ou indenização por danos morais, que muitas vezes passam despercebidos.

Ter o apoio de alguém especializado aumenta significativamente as chances de garantir todos os seus direitos e agiliza o processo.

Um recado final para você!

Imagem representando advogado.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada em seu caso!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Saiba como garantir o melhor apoio para suas decisões.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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