O que é a persecução penal e quais seus efeitos?

A persecução penal é o conjunto de etapas que o Estado utiliza para investigar e punir crimes. Entender como funciona ajuda a conhecer seus direitos e deveres diante da lei.

imagem representando persecução penal.

O que é a persecução penal e quais seus efeitos?

A persecução penal é o caminho que o Estado percorre para investigar, processar e punir quem comete um crime, sempre seguindo as garantias previstas na lei. 

Ela começa com a apuração dos fatos e vai até a decisão final, podendo resultar em condenação ou absolvição. 

Mais do que um procedimento jurídico, é o instrumento pelo qual a sociedade busca justiça e tenta garantir que crimes não fiquem impunes. 

Entender como funciona e quais efeitos pode gerar é essencial para qualquer pessoa — afinal, estar envolvido, seja como vítima ou acusado, significa lidar com consequências que podem mudar a vida. 

E nesses momentos, ter informação e apoio jurídico é a diferença entre se defender com segurança ou enfrentar sozinho o peso do sistema penal.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui! 

O que é a persecução penal?

A persecução penal é o conjunto de atos praticados pelo Estado para apurar a ocorrência de um crime, identificar o autor.

Se houver provas suficientes, levá-lo a julgamento, buscando aplicar a pena prevista em lei. 

Esse processo respeita as garantias constitucionais, como o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa, para evitar condenações injustas.

Ela se divide em duas grandes fases: a investigatória, geralmente conduzida pela polícia (como no inquérito policial).

E a processual, que ocorre no Judiciário, onde o Ministério Público apresenta a denúncia e o juiz conduz o julgamento.

A persecução penal não serve apenas para punir: ela também protege inocentes, assegurando que ninguém seja condenado sem provas. 

É um mecanismo fundamental para equilibrar o combate ao crime com a preservação dos direitos individuais.

Quais são as fases da persecução penal?

A persecução penal no Brasil é dividida em fases que seguem uma ordem lógica, garantindo que o Estado investigue e julgue de forma justa e dentro da lei. 

Cada etapa tem objetivos específicos e cumpre um papel fundamental no processo de apuração e responsabilização de crimes.

1. Fase investigatória (pré-processual)

Nessa fase, o objetivo é apurar a existência do crime e identificar o autor. É conduzida principalmente pela polícia judiciária (Civil ou Federal).

Por meio do inquérito policial ou outros procedimentos investigativos. 

Aqui são colhidas provas iniciais, como depoimentos, perícias e apreensões. 

Ao final, o inquérito é encaminhado ao Ministério Público, que decide se apresenta a denúncia ou arquiva o caso.

2. Fase processual (judicial)

Começa quando o Ministério Público ou, em alguns casos, o ofendido, apresenta a denúncia ou queixa-crime.

O juiz analisa se a acusação preenche os requisitos legais e, se recebida, inicia o processo. 

Durante essa fase, ocorrem a instrução processual (produção de provas), alegações finais e, por fim, a sentença, que pode ser condenatória ou absolutória.

3. Fase de execução penal

Se houver condenação e ela transitar em julgado (quando não cabe mais recurso), inicia-se o cumprimento da pena, regulado pela Lei de Execução Penal. 

Aqui se define como a pena será executada (regime fechado, semiaberto, aberto, penas alternativas) e são analisados benefícios como progressão de regime ou livramento condicional.

Essas fases mostram que a persecução penal não é apenas punir.

Mas garantir que todo o caminho seja percorrido com respeito às garantias individuais, evitando injustiças e reforçando a confiança no sistema de justiça.

Quem deve participar  da persecução penal?

Quem deve participar da persecução penal?

Atores e funções da investigação à sentença

Participante Função Atos
Polícia Judiciária Investigar crimes Inquérito, oitivas, perícias
Ministério Público Acusar e fiscalizar Denúncia, ANPP, recursos
Juiz Garantir legalidade Medidas, instrução, sentença
Defesa Proteger acusado Provas, recursos, petições
Vítima Colaborar na apuração BO, provas, assistência
Peritos Esclarecer tecnicamente Laudos, exames
Testemunhas Relatar fatos Depoimentos

Dica: atuação técnica desde o início evita nulidades e fortalece a defesa ou acusação.

A persecução penal envolve diferentes atores, cada um com funções específicas para que a investigação e o julgamento ocorram de forma justa e dentro da lei. 

A participação desses sujeitos garante que o processo respeite tanto o direito da sociedade de ver crimes apurados quanto às garantias individuais do acusado.

Principais participantes da persecução penal:

⮕ Polícia Judiciária (Polícia Civil ou Polícia Federal) – Conduz a fase investigatória, coleta provas, ouve testemunhas, realiza perícias e identifica suspeitos.

⮕ Ministério Público – É o titular da ação penal pública. Analisa o inquérito, decide se apresenta a denúncia, fiscaliza a lei e atua como parte acusadora no processo.

⮕ Juiz – Garante a imparcialidade, decide sobre medidas cautelares (como prisões e quebras de sigilo), conduz a instrução processual e profere a sentença.

⮕ Defesa (advogado particular ou defensor público) – Protege os direitos do acusado, contesta provas, apresenta argumentos e recursos, garantindo o contraditório e a ampla defesa.

⮕ Vítima ou ofendido – Pode fornecer informações, provas e, em alguns casos, atuar como parte na ação penal privada ou como assistente do Ministério Público.

⮕ Peritos e auxiliares da justiça – Produzem laudos técnicos e análises especializadas para esclarecer fatos relevantes à investigação e ao julgamento.

A presença e atuação correta de todos esses participantes é o que assegura que a persecução penal seja transparente, equilibrada e eficaz.

Evitando abusos e protegendo tanto a sociedade quanto os direitos individuais.

Quais os direitos do acusado na persecução penal?

Na persecução penal, mesmo sendo investigado ou processado, o acusado mantém uma série de direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal e pelas leis processuais. 

Esses direitos existem para impedir abusos, garantir um julgamento justo e preservar a dignidade da pessoa, evitando condenações injustas.

Principais direitos do acusado na persecução penal:

Esses direitos são cláusulas de proteção que equilibram o poder do Estado e a vulnerabilidade do indivíduo no processo penal. 

Mesmo diante de acusações graves, eles asseguram que a verdade seja buscada de forma legal e justa.

Quanto tempo pode durar uma persecução penal?

O tempo de duração de uma persecução penal pode variar muito, porque depende da complexidade do caso.

Da quantidade de provas a serem produzidas, do número de réus e até da estrutura do Judiciário.

Na fase investigatória, um inquérito policial costuma ter prazo de 10 dias se o acusado estiver preso e 30 dias se estiver solto.

Prazos que podem ser prorrogados com autorização judicial quando há necessidade de mais diligências.

Já a fase processual não tem um prazo fixo na lei. 

Processos simples podem terminar em poucos meses, mas casos complexos, com muitos recursos, podem durar anos até a sentença definitiva. 

Se houver condenação, a execução penal pode se estender por todo o período de cumprimento da pena, incluindo progressões de regime e outros incidentes.

Embora a Constituição assegure a razoável duração do processo, na prática, atrasos são comuns. 

Por isso, o acompanhamento por um advogado é fundamental para cobrar a celeridade e evitar que a persecução penal se prolongue além do necessário.

Garantindo que o direito de defesa e o princípio da eficiência sejam respeitados.

Quando cabe um acordo de não persecução penal?

O acordo de não persecução penal (ANPP) é uma alternativa prevista no artigo 28-A do Código de Processo Penal.

Criada para evitar que certos casos sigam para julgamento, desde que preenchidos requisitos legais. 

Ele pode ser proposto pelo Ministério Público quando, durante a investigação, o acusado confessa formal e detalhadamente o crime e esse crime:

Além disso, o investigado não pode ser reincidente em crime doloso nem ter antecedentes que indiquem conduta criminal habitual.

O ANPP estabelece condições a serem cumpridas pelo acusado, como reparar o dano, prestar serviços à comunidade, pagar multa ou cumprir outras obrigações definidas no acordo. 

Cumpridas todas as condições, o processo é extinto e não há condenação criminal, evitando os efeitos de uma ação penal.

Esse acordo é uma forma de dar resposta rápida ao crime, desafogar o Judiciário e permitir que o investigado assuma responsabilidades sem enfrentar todo o desgaste de um processo. 

Mas a análise se o caso é realmente vantajoso deve ser feita com apoio de um advogado, que vai avaliar se aceitar o acordo é a melhor estratégia ou se há chances de absolvição no processo.

Um advogado pode ajudar durante a persecução penal?

Sim. Um advogado criminalista tem papel essencial durante toda a persecução penal, seja na fase investigatória, seja no processo judicial. 

Logo no início, ele garante que o investigado ou acusado tenha seus direitos respeitados, acompanhando depoimentos.

Analisando as provas e impedindo abusos como prisões ilegais ou interrogatórios irregulares.

Durante a investigação, o advogado pode produzir provas de defesa, indicar testemunhas, solicitar perícias e apresentar petições para proteger o cliente. 

Na fase processual, ele atua contestando a acusação, questionando provas frágeis e usando estratégias jurídicas para reduzir riscos de condenação ou até buscar a absolvição.

Além disso, o advogado orienta sobre alternativas como acordos de não persecução penal, pedidos de liberdade provisória e recursos contra decisões desfavoráveis.

Ter um defensor desde o início significa mais segurança e estratégia. 

Ele não apenas conhece a lei, mas sabe como aplicá-la para equilibrar o poder do Estado e proteger o indivíduo. 

Em um processo criminal, onde liberdade e reputação estão em jogo, o advogado é a linha de defesa que pode mudar o resultado final.

Um recado final para você!

imagem representando advogado.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializado em seu caso!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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