Canis: regras para o funcionamento e vendas de animais
Entenda as regras para funcionamento de canis, documentos obrigatórios, venda legal de cães e como atuar dentro da lei para proteger os animais.
Ter um canil ou vender filhotes de cachorro envolve muito mais responsabilidade do que muita gente imagina.
Existem regras específicas que precisam ser seguidas para garantir o bem-estar dos animais e para que a atividade esteja dentro da lei.
Se você tem dúvidas sobre como montar um canil, o que é preciso para vender cães legalmente ou até se pode vender animais pela internet, aqui você vai encontrar tudo explicado de forma simples e completa.
Vou te mostrar o que é considerado um canil, quais documentos são obrigatórios, o que as leis exigem para funcionamento e venda, e como evitar problemas jurídicos.
Afinal, trabalhar com animais exige respeito, responsabilidade e, claro, conhecimento.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é um canil?
- Como funciona o canil?
- Quais documentos o canil deve fornecer ao cliente?
- Pode vender cachorro em canil?
- Qual a lei que proíbe a venda de cachorro?
- Quais as regras para o funcionamento e vendas de animais em canis?
- Como posso vender meu cachorro legalmente?
- Pode vender animais pela internet?
- Um recado final para você!
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O que é um canil?
Um canil é o local estruturado para abrigar, cuidar e criar cães de maneira organizada e segura.
Mais do que simplesmente manter animais em um espaço, o canil tem a função de garantir bem-estar físico, emocional e sanitário para cada cão alojado.
Ele pode ser residencial, comercial ou até funcionar como abrigo de resgate, mas, em qualquer caso, precisa oferecer infraestrutura adequada, alimentação balanceada, atendimento veterinário e socialização.
Existem diferentes tipos de canis no Brasil: de criação, de hospedagem, de resgate e de adoção.
Todos devem respeitar regras mínimas de higiene, espaço físico, cuidados com a saúde e enriquecimento ambiental.
Manter cães sem estrutura adequada, mesmo em ambiente familiar, pode ser considerado irregular e gerar problemas legais. Por isso, quem deseja ter vários cães precisa conhecer bem as responsabilidades envolvidas.
Como funciona o canil?
O funcionamento de um canil envolve cuidados diários que garantam saúde, segurança e qualidade de vida para os cães.
Um canil regularizado deve oferecer ambientes limpos e ventilados, áreas para alimentação, baias para repouso e espaços de recreação, sempre respeitando o porte e as necessidades de cada animal.
Além da estrutura física, é essencial manter uma rotina de alimentação de qualidade, hidratação constante, vacinação obrigatória e controle parasitário.
A presença de um médico-veterinário como responsável técnico é obrigatória para supervisão de protocolos sanitários e acompanhamento da saúde dos animais.
Outro ponto crucial é o estímulo físico e mental dos cães. Um canil ético investe em passeios, brinquedos, socialização entre os cães e treinamento básico para reduzir o estresse.
Todo esse funcionamento deve ser registrado e documentado para comprovação junto às autoridades de fiscalização, garantindo que os animais estejam sob cuidados adequados e dentro das normas legais.
Quantos cães é considerado um canil?
A quantidade de cães que caracteriza um canil depende da legislação de cada município ou estado.
Em algumas cidades, como Porto Alegre, ter mais de cinco cães ou gatos já exige a formalização do local como canil ou gatil, com licença e alvará específicos.
Outras regiões adotam critérios diferentes, levando em conta não só a quantidade, mas também o objetivo da criação.
Mesmo sem ultrapassar limites numéricos definidos por lei, a atividade é considerada um canil sempre que houver criação habitual, venda regular de filhotes ou hospedagem de cães.
Nessas situações, é obrigatória a obtenção de CNPJ, registro no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), licença sanitária e um médico-veterinário como responsável técnico.
Portanto, mais do que contar o número de cães, é essencial observar a finalidade da atividade e as condições de alojamento para saber se o local deve ser registrado como canil legalizado.
Quais documentos o canil deve fornecer ao cliente?
O canil deve fornecer ao cliente documentos que comprovem a origem, a saúde e a regularidade do cão vendido.
Um canil responsável deve entregar:
- Contrato de compra e venda, registrando todos os dados do filhote, da raça, do valor, do prazo de entrega, das condições de devolução ou garantias.
- Nota fiscal, comprovando a legalidade da transação e o CNPJ do canil.
- Carteira de vacinação atualizada, assinada por veterinário, com registro de todas as vacinas aplicadas e as datas.
- Atestado de saúde, também emitido por veterinário, garantindo que o filhote foi examinado e está saudável.
- Certificado de pedigree, se for um cão de raça registrada, emitido por entidades reconhecidas, como a CBKC ou IBRC.
- Comprovante de microchipagem, se a legislação local exigir o microchip (o que é muito comum hoje em vários estados).
Esses documentos não são frescura, viu? Eles protegem você e o animal, e também são exigidos em eventual disputa judicial, se houver problemas futuros.
Se o canil se recusar a fornecer esses documentos, é sinal de alerta. E nesses casos, buscar auxílio jurídico pode ser o melhor caminho para resguardar seus direitos.
Pode vender cachorro em canil?
A venda de cachorros em canis é permitida no Brasil, desde que o canil esteja regularizado e atenda todas as exigências legais e sanitárias.
Para vender legalmente, o canil precisa ter CNPJ ativo, alvará de funcionamento emitido pela prefeitura, licença sanitária válida, registro no CRMV e um médico-veterinário responsável.
Além da documentação, o canil deve manter os cães em condições adequadas de saúde e bem-estar, respeitando os parâmetros de espaço, vacinação obrigatória, controle reprodutivo e higienização dos ambientes.
A venda deve ser formalizada com nota fiscal, contrato, carteira de vacinação e atestado de saúde.
A comercialização de cães sem atender a esses requisitos pode caracterizar atividade ilegal, sujeitando o responsável a multas, fechamento do estabelecimento e processos judiciais.
Por isso, buscar orientação jurídica é fundamental para quem deseja vender cachorros dentro da lei.
Qual a lei que proíbe a venda de cachorro?
No Brasil, não há uma lei federal que proíba a venda de cachorros. A venda é permitida, mas regulamentada por leis estaduais e municipais específicas.
Em São Paulo, por exemplo, a Lei nº 17.972/2024 proíbe a venda de cães e gatos por pessoas físicas e pet shops sem cadastro, permitindo apenas criadores registrados no Cadastro Estadual do Criador de Animais (CECA).
Essa lei ainda exige que os animais sejam castrados, vacinados, microchipados e acompanhados de laudo veterinário antes da comercialização. Também proíbe a exposição de filhotes em vitrines ou locais inadequados.
No âmbito federal, o Projeto de Lei nº 358/2018 busca proibir a venda de animais em vias públicas, mas ainda não foi aprovado.
Portanto, a venda de cães é legal, mas deve seguir as normas locais e as exigências de bem-estar animal para ser considerada regularizada.
Quais as regras para o funcionamento e vendas de animais em canis?
As regras para funcionamento e vendas de animais em canis no Brasil são rigorosas e visam garantir o bem-estar dos animais e a segurança dos compradores.
O canil deve ser registrado como pessoa jurídica, possuir alvará de funcionamento, licença sanitária válida e ser vinculado a um médico-veterinário responsável técnico.
As instalações precisam respeitar normas de espaço mínimo, higiene rigorosa, ventilação adequada, áreas de lazer e socialização. Os cães devem estar vacinas, vermifugados, microchipados (quando exigido) e clinicamente saudáveis, com documentação comprovando cada etapa dos cuidados.
A venda de animais deve ser acompanhada de nota fiscal, contrato de compra e venda, carteira de vacinação, atestado de saúde e certificado de pedigree, quando aplicável.
Além disso, o canil precisa garantir que as fêmeas tenham reprodução controlada, respeitando limites de cruzamento e garantindo períodos de descanso.
O descumprimento dessas regras pode levar à aplicação de multas, cassação de licenças e até processos por maus-tratos, conforme a Lei de Crimes Ambientais.
Consultar um advogado especializado é essencial para que o canil atue em conformidade com todas as exigências legais.
Como posso vender meu cachorro legalmente?
Para vender seu cachorro legalmente no Brasil, você precisa observar se a venda é eventual ou se caracteriza uma atividade comercial.
Quando se trata de uma venda ocasional — como um filhote de uma ninhada da sua própria cadela —, basta fazer um contrato de compra e venda simples, entregar o animal vacinado e, de preferência, microchipado.
Se a venda for habitual, mesmo em pequena escala, é obrigatório abrir um CNPJ, obter alvará de funcionamento, licença sanitária, registrar-se no CRMV e contratar um médico-veterinário responsável.
Também é necessário fornecer toda a documentação exigida, como nota fiscal, carteira de vacinação e atestado de saúde.
Independentemente da situação, vender cachorro sem documentação ou sem condições mínimas de bem-estar pode gerar penalidades legais.
Formalizar o processo com contratos corretos e buscar orientação jurídica é a melhor forma de garantir uma venda segura para ambas as partes.
Pode vender animais pela internet?
A venda de animais pela internet ainda é permitida em muitas regiões do Brasil, mas está cercada de restrições.
Em estados como São Paulo, a legislação recente já proibiu a comercialização de cães e gatos em sites e redes sociais, exigindo que apenas criadores cadastrados possam vender, e apenas em plataformas autorizadas.
Mesmo onde a venda online é possível, o criador precisa respeitar as obrigações de fornecer nota fiscal, contrato, vacinação completa, atestado de saúde e microchipagem dos animais.
As plataformas mais sérias, como OLX e Mercado Livre, também exigem o cumprimento dessas normas para permitir anúncios.
É fundamental lembrar que vender animais de forma irregular, inclusive pela internet, pode configurar crime ambiental, de acordo com a Lei nº 9.605/1998.
Se você deseja vender filhotes online, ter suporte jurídico e seguir todas as exigências legais é essencial para evitar problemas futuros.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “canis” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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