Sentença: o que é e quanto tempo leva para sair?
A sentença judicial é a decisão do juiz que define um processo. Entenda seus tipos, prazos, efeitos e o que acontece após sua prolação!
A sentença é um dos momentos mais aguardados dentro de um processo judicial, pois representa a decisão do juiz sobre a causa.
Muitas pessoas que estão envolvidas em ações judiciais ou que acompanham processos de terceiros acabam se perguntando como funciona essa decisão, quanto tempo demora para ser proferida e o que acontece depois que ela é dada.
Saber essas informações é fundamental para entender o andamento do processo e as possibilidades de recurso ou cumprimento da decisão.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7.
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
O que é uma sentença do processo?
A sentença dentro de um processo judicial é o pronunciamento do juiz que define o desfecho daquela causa.
Quando uma ação é ajuizada, o objetivo das partes envolvidas é que o magistrado avalie as provas, aplique a legislação ao caso e, por fim, declare sua decisão por meio da sentença.
Esse ato judicial é o que coloca fim à fase de conhecimento do processo ou extingue uma execução.
Segundo o artigo 203, §1º, do Código de Processo Civil (CPC), a sentença é um ato do juiz que encerra a fase cognitiva do procedimento comum ou extingue a execução, determinando as consequências jurídicas da demanda apresentada.
Isso significa que, ao proferir a sentença, o juiz define se o pedido feito pelo autor da ação será aceito ou negado, com base na análise das provas, argumentos e fundamentos legais.
Dessa forma, a sentença pode conceder um direito, negar uma solicitação ou até mesmo extinguir o processo sem julgamento do mérito, caso existam questões processuais que impeçam a continuidade da demanda.
Embora a sentença seja uma decisão fundamental dentro do processo, ela não significa necessariamente o fim definitivo do caso, pois ainda pode haver interposição de recursos pelas partes envolvidas.
Quais são os 4 tipos de sentença?
As sentenças podem ser classificadas de diferentes formas, mas uma das classificações mais conhecidas no direito processual identifica quatro tipos principais de sentença.
A sentença declaratória é aquela que apenas reconhece a existência ou inexistência de um direito ou de uma relação jurídica, sem modificar a situação das partes.
Esse tipo de decisão tem o objetivo de esclarecer uma dúvida jurídica, como quando se declara a validade ou a nulidade de um contrato.
A sentença constitutiva, por sua vez, cria, modifica ou extingue uma relação jurídica. Aqui, o juiz não apenas reconhece um direito, mas também altera a situação jurídica das partes.
Um exemplo comum desse tipo de sentença é a decisão que decreta o divórcio de um casal, pois antes da decisão judicial o vínculo matrimonial existia e, após a sentença, ele é dissolvido.
A sentença condenatória é a mais conhecida e ocorre quando o juiz impõe uma obrigação a uma das partes, seja o pagamento de uma quantia em dinheiro, a entrega de um bem ou a realização de uma determinada conduta.
Essa sentença estabelece que uma das partes tem o dever de cumprir o que foi determinado, podendo ser executada judicialmente caso não seja cumprida voluntariamente.
A sentença mandamental é aquela que, além de reconhecer um direito, contém uma ordem para que a parte cumpra uma obrigação imediatamente, sob pena de sanções.
Esse tipo de decisão exige um cumprimento imediato, como ocorre nos casos em que o juiz determina a reintegração de um servidor público que foi demitido de forma ilegal.
Cada tipo de sentença tem um impacto diferente no processo e na vida das partes envolvidas. Por isso, é fundamental entender qual é o efeito da decisão judicial para saber quais medidas podem ser tomadas após a sentença.
Quanto tempo leva para sair a sentença?
O prazo para que um juiz profira uma sentença pode variar bastante, pois depende de vários fatores, como a complexidade do caso, a quantidade de processos em andamento no tribunal e a necessidade de produção de provas antes da decisão final.
De acordo com o Código de Processo Civil (CPC), o magistrado tem 30 dias para proferir a sentença, podendo prorrogar esse prazo por igual período, desde que apresente uma justificativa para a demora.
No entanto, na prática, esse prazo raramente é cumprido, pois o Poder Judiciário lida com um grande volume de processos, o que pode resultar em atrasos na emissão das decisões.
Processos simples, que não exigem a análise de muitas provas ou audiências, podem ter uma sentença em poucos meses.
Já casos mais complexos, com necessidade de perícias, oitivas de testemunhas e diversos recursos, podem levar anos até que a sentença seja proferida.
Se houver uma demora excessiva e sem justificativa para a sentença ser dada, o advogado da parte interessada pode ingressar com um pedido chamado “reclamação por excesso de prazo”, solicitando que o juiz priorize a decisão do caso.
Esse pedido pode ajudar a acelerar a tramitação, especialmente quando há situações urgentes envolvidas no processo.
O que acontece quando o juiz dá a sentença?
Depois que o juiz profere a sentença, o processo segue um novo caminho. Primeiramente, a decisão é publicada no Diário da Justiça Eletrônico (DJE), tornando-se oficial.
Com a publicação, começa a contar o prazo para que as partes sejam intimadas da decisão. A intimação pode ser feita eletronicamente, via oficial de justiça ou até por meio postal, dependendo do caso.
A partir do momento em que as partes são intimadas da sentença, começa a correr o prazo para a apresentação de recursos, caso alguma das partes não concorde com a decisão.
O recurso mais comum é a apelação, que deve ser interposta dentro do prazo estabelecido pela lei, normalmente 15 dias úteis após a intimação.
Caso nenhuma das partes apresente recurso dentro do prazo legal, a sentença transita em julgado, ou seja, torna-se definitiva e não pode mais ser modificada.
Se a sentença condenar alguém ao pagamento de valores ou ao cumprimento de determinada obrigação, a próxima fase do processo será a execução ou cumprimento de sentença.
Dessa forma, embora a sentença represente uma decisão do juiz sobre o caso, ela não significa automaticamente o fim do processo, pois há possibilidades de recursos e de cumprimento da decisão que precisam ser observadas.
O que vem depois da sentença?
Após a sentença, o processo pode seguir diferentes caminhos, dependendo da postura das partes envolvidas.
Se uma das partes não concordar com a sentença, poderá recorrer, e o caso seguirá para o tribunal competente, onde será reexaminado.
Caso contrário, se não houver recurso, a sentença se tornará definitiva, ou seja, ocorrerá o chamado trânsito em julgado.
Se a sentença determinar uma obrigação, como o pagamento de valores ou a entrega de um bem, inicia-se a fase de cumprimento de sentença.
Nessa fase, a parte vencedora pode pedir a execução da decisão para garantir que o que foi determinado pelo juiz seja efetivamente cumprido.
Caso a parte condenada não cumpra voluntariamente a sentença, podem ser adotadas medidas como penhora de bens, bloqueio de contas bancárias e protesto da dívida.
Além disso, mesmo após a sentença, as partes ainda podem fazer um acordo extrajudicial. Em muitos casos, um acordo pode ser mais vantajoso do que recorrer ou aguardar a execução judicial da sentença.
Isso porque um processo pode levar anos até que todas as fases sejam concluídas, enquanto um acordo pode trazer uma solução mais rápida e eficaz para ambas as partes.
Dessa forma, a sentença, embora seja um momento importante do processo, não encerra automaticamente todas as possibilidades dentro da ação judicial.
O que acontecerá depois depende das reações das partes e da necessidade de cumprimento da decisão.
Considerações finais
A sentença é um momento-chave dentro do processo judicial, pois define o desfecho da fase de conhecimento do caso. No entanto, ela não significa necessariamente o fim do processo, pois ainda podem existir recursos e etapas posteriores.
Se você está aguardando uma sentença, é fundamental ter paciência e acompanhar os prazos com seu advogado.
Embora a lei preveja um tempo limite para que o juiz decida, na prática, a demora pode ser maior, dependendo do tipo de processo e da estrutura do tribunal.
Caso a sentença seja favorável a você, o ideal é verificar se a outra parte vai recorrer e, se não houver recurso, solicitar o cumprimento da decisão o mais rápido possível.
Se a sentença não for favorável, analisar com um advogado a viabilidade de um recurso pode ser essencial para reverter a decisão.
Agora que você já sabe tudo sobre o que é uma sentença, os tipos existentes, quanto tempo demora para sair e o que acontece depois, pode acompanhar seu processo com muito mais segurança e informação.
E lembre-se: o direito só beneficia quem conhece seus direitos!
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “sentença: o que é e quanto tempo leva para sair?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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