Consumação do crime e tentativa de crime: qual a diferença?
Consumação do crime e tentativa de crime: você sabe qual é a diferença? Descubra como o Direito Penal trata cada situação e o impacto na pena.
No Direito Penal, entender a diferença entre crime consumado e crime tentado é essencial para compreender como a lei trata cada conduta e quais as penalidades aplicáveis.
Enquanto o crime consumado ocorre quando o agente realiza todos os elementos exigidos pela lei para aquele tipo penal, o crime tentado acontece quando o agente inicia a execução, mas não chega à consumação por fatores externos à sua vontade.
Neste artigo, você vai entender esses conceitos, além de conhecer as regras legais, os tipos de tentativa e as fases do iter criminis.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que significa consumação do crime?
- Quando ocorre a consumação?
- O que é o princípio da consumação?
- Quais são as 4 fases do iter criminis?
- O que é a tentativa no crime?
- O que é considerado crime tentado?
- Quais são os tipos de tentativa?
- Qual a diferença entre crime consumado e crime tentado?
- O que é o artigo 14 do Código Penal?
- Preciso de advogado para me defender da acusação de um crime tentado?
- Um recado final para você!
- Autor
O que significa consumação do crime?
A consumação do crime ocorre quando todos os elementos descritos na definição legal do delito estão presentes.
Para que um crime seja considerado consumado, é necessário que a conduta do agente tenha se adequado perfeitamente ao que está previsto no tipo penal, atingindo o resultado esperado ou, em casos de crimes formais e de mera conduta, bastando a prática da ação proibida pela lei.
A consumação varia conforme o tipo de crime. Em crimes materiais, como o homicídio, a consumação ocorre quando o bem jurídico protegido (no caso, a vida) é efetivamente atingido, ou seja, quando a vítima morre.
Em crimes formais, como a ameaça, não é necessário um resultado concreto para que o crime se consume; basta a simples manifestação da ameaça.
Já nos crimes de mera conduta, como o desacato a um agente público, a consumação ocorre no momento da ação criminosa, sem a necessidade de um resultado específico.
Portanto, para que um crime seja considerado consumado, o agente precisa completar todos os atos necessários para a sua caracterização, conforme a definição do Código Penal.
Quando ocorre a consumação?
A consumação ocorre no momento em que todos os elementos do crime são preenchidos. Esse momento varia de acordo com a natureza do delito, pois cada tipo penal exige um requisito específico para que seja considerado consumado.
Nos crimes materiais, a consumação acontece com a efetiva produção do resultado. No caso do homicídio, por exemplo, a consumação ocorre quando a vítima vem a óbito.
Se a pessoa leva um tiro e sobrevive, o crime não se consumou, podendo ser considerado tentativa de homicídio.
Nos crimes formais, a consumação ocorre no instante em que o agente pratica o ato criminoso, independentemente da ocorrência de um resultado.
Um exemplo clássico é o crime de corrupção ativa: basta a oferta de vantagem indevida para que o crime se consuma, ainda que a outra parte não aceite.
Nos crimes de mera conduta, a consumação se dá no exato momento da prática do ato proibido, sem necessidade de um resultado concreto.
Um exemplo é o crime de invasão de domicílio, que se consuma assim que o agente entra na residência alheia sem autorização.
Além disso, existem crimes permanentes, como o sequestro e o cárcere privado, nos quais a consumação se prolonga no tempo enquanto a vítima permanecer privada de sua liberdade.
O que é o princípio da consumação?
O princípio da consumação é uma regra do Direito Penal que estabelece que um crime só é considerado consumado quando todos os elementos exigidos pelo tipo penal são preenchidos.
Esse princípio é essencial para determinar o momento exato em que o crime foi efetivado e, consequentemente, a partir de quando o agente pode ser responsabilizado criminalmente.
Esse princípio também tem implicações no cálculo da prescrição do crime, ou seja, no tempo que o Estado tem para punir o agente.
Nos crimes permanentes, a contagem da prescrição só começa quando a consumação cessa. Já nos crimes instantâneos, a prescrição começa a contar no momento em que o crime é consumado.
O princípio da consumação influencia diretamente a tipificação da conduta e a pena aplicável ao agente. Ele serve para delimitar a punibilidade e garantir que ninguém seja punido antes do crime estar juridicamente completo.
Quais são as 4 fases do iter criminis?
O iter criminis é o “caminho do crime”, ou seja, as etapas que um delito percorre desde a sua concepção até a sua consumação. Ele é fundamental para diferenciar atos impuníveis de crimes passíveis de punição.
Cogitação – É a fase mental, em que o agente pensa ou planeja cometer um crime. O Direito Penal não pune meros pensamentos, apenas atos concretos.
Atos preparatórios – O agente começa a se organizar para o crime, adquirindo instrumentos ou combinando estratégias. Em regra, atos preparatórios não são puníveis, exceto se configurarem crimes autônomos, como a associação criminosa.
Execução – Ocorre quando o agente inicia a prática dos atos que compõem o núcleo do crime, ou seja, começa a realizá-lo. A partir dessa fase, a conduta já é punível, ainda que o crime não seja consumado.
Consumação – O crime se consuma quando todos os elementos previstos no tipo penal ocorrem. Se a vítima morre após ser baleada, o homicídio se consumou. Caso sobreviva, há apenas a tentativa.
A importância do iter criminis está em definir quando um crime é punível e qual sua gravidade. O Direito Penal não pune ideias ou meros preparativos, mas passa a punir a partir da execução.
Conhecer essas fases é essencial para compreender a diferença entre tentativa e consumação, além de ser crucial na definição da pena aplicada ao acusado.
O que é a tentativa no crime?
A tentativa no crime ocorre quando o agente inicia a execução do delito, mas não o consuma por circunstâncias alheias à sua vontade.
Isso significa que, mesmo que o indivíduo tenha a intenção de cometer o crime e comece a realizá-lo, algo fora de seu controle impede a consumação.
Um exemplo de crime tentado é o roubo interrompido pela ação da polícia. O agente ameaça a vítima e exige seus bens, mas é surpreendido por policiais antes de conseguir fugir com os objetos.
Nesse caso, ele iniciou a execução, mas não conseguiu consumar o crime, pois foi impedido por um fator externo.
A tentativa é punida porque demonstra um perigo real à sociedade. No entanto, a pena aplicada é reduzida em comparação ao crime consumado, pois o dano efetivo causado é menor.
O que é considerado crime tentado?
Um crime é considerado tentado quando há início de execução, mas o agente não consegue atingir a consumação por fatores externos à sua vontade.
Para que a tentativa seja reconhecida, é necessário que o autor tenha começado a executar atos diretamente relacionados ao delito e que sua conduta tenha sido interrompida por um fator externo.
Se um indivíduo se limita a planejar um crime ou apenas a adquirir meios para cometê-lo, ainda não há tentativa, pois ele não chegou à fase de execução.
No entanto, se ele inicia a prática dos atos executórios e é impedido de concluí-los, o crime passa a ser considerado tentado.
A tentativa é punida conforme o artigo 14 do Código Penal, que determina a redução da pena em um a dois terços, dependendo da proximidade com a consumação do crime.
Quais são os tipos de tentativa?
A tentativa pode ser classificada em diferentes formas, de acordo com o estágio em que o crime foi interrompido:
Tentativa perfeita (acabada): O agente executa todos os atos necessários à consumação do crime, mas o resultado não ocorre. Por exemplo, alguém que envenena outra pessoa, acreditando que será fatal, mas a vítima recebe atendimento médico e sobrevive.
Tentativa imperfeita (inacabada): O agente não chega a completar todos os atos necessários para consumar o crime porque é interrompido. Um exemplo é um criminoso que tenta atirar em alguém, mas é desarmado antes de puxar o gatilho.
Tentativa branca (incruenta): A vítima não sofre qualquer dano físico porque o criminoso não atinge seu objetivo. Um exemplo é disparar uma arma contra alguém e errar o tiro.
Tentativa vermelha (cruenta): A vítima sofre algum dano, mas não morre. Por exemplo, um agressor esfaqueia uma pessoa com a intenção de matá-la, mas ela sobrevive.
Qual a diferença entre crime consumado e crime tentado?
A diferença entre crime consumado e crime tentado está na realização completa ou não do crime. O crime consumado ocorre quando todos os elementos exigidos pela lei se concretizam.
Já o crime tentado acontece quando o agente inicia a execução, mas não consegue consumá-lo por fatores externos à sua vontade.
Se um homicídio é cometido e a vítima morre, o crime está consumado. No entanto, se o agressor atira na vítima, mas ela sobrevive porque recebe atendimento médico, trata-se de um crime tentado, já que a intenção existia, mas o resultado não ocorreu.
A penalidade para o crime tentado é menor. Segundo o artigo 14 do Código Penal, a tentativa é punida com a pena do crime consumado, mas com redução de um a dois terços, pois o bem jurídico não foi totalmente atingido. Quanto mais próxima a consumação, menor a redução da pena.
Distinguir crime consumado e tentado é essencial para definir a pena e entender a gravidade da conduta do agente. Isso pode influenciar diretamente em processos judiciais e na defesa do réu.
O que é o artigo 14 do Código Penal?
O artigo 14 do Código Penal brasileiro regula as situações de crime consumado e tentado:
Art. 14 – Diz-se o crime:
Crime consumado
I – consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal
Tentativa
II – tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único – Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Esse artigo define claramente quando o crime é consumado e quando se caracteriza a tentativa, além de estabelecer a redução da pena para o crime tentado.
Preciso de advogado para me defender da acusação de um crime tentado?
Sim, se você for acusado de crime tentado, é fundamental contar com a defesa de um advogado especializado em Direito Penal.
Um profissional qualificado pode avaliar se realmente houve tentativa ou se a conduta do acusado se limitou a atos preparatórios, o que pode influenciar na punição ou até mesmo resultar na absolvição.
Além disso, a estratégia de defesa pode incluir a comprovação de desistência voluntária ou arrependimento eficaz, que podem excluir a punibilidade.
O advogado também analisará se houve abuso por parte das autoridades e se todos os direitos do acusado foram respeitados.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema “consumação do crime e tentativa de crime” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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