Quais os riscos de não registrar o imóvel?
Comprar um imóvel e não registrar pode sair muito caro: descubra os riscos de ficar só com o contrato em mãos!
Comprar um imóvel é uma conquista importante, mas muitas pessoas acabam deixando de lado um passo essencial: o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Sem ele, a compra não se torna oficial perante a lei, e isso pode gerar uma série de riscos jurídicos e financeiros.
Por mais que pareça apenas uma formalidade, registrar o imóvel é o que garante a sua propriedade de forma plena e protege o seu investimento.
Neste artigo, vamos mostrar por que o registro é indispensável e explicar de forma clara os principais riscos de não fazê-lo.
Você vai entender como a ausência desse passo pode causar desde problemas para vender ou financiar o imóvel até a perda completa da propriedade.
Além disso, vamos explicar como o acompanhamento de um advogado especializado pode evitar dores de cabeça no futuro.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
Por que devo registrar o imóvel?
Registrar o imóvel é o único meio de ser reconhecido como proprietário legal. A escritura pública formaliza o negócio, mas, por si só, não transfere a propriedade.
De acordo com o artigo 1.245 do Código Civil, essa transferência só acontece quando a escritura é levada ao Cartório de Registro de Imóveis. Sem isso, o antigo dono continua sendo considerado o titular do bem.
Além de te tornar oficialmente proprietário, o registro oferece segurança jurídica. Ele cria um histórico público com todas as informações sobre o imóvel, como proprietários anteriores, penhoras, hipotecas e restrições.
Isso protege você contra disputas e fraudes, porque torna pública a sua titularidade.
Registrar também valoriza o imóvel e facilita negociações futuras.
Com o registro, você pode usar o bem como garantia para financiamentos e vendê-lo com mais tranquilidade, sem enfrentar a resistência de compradores ou instituições financeiras.
Quais os riscos de não registrar imóvel?
Deixar de registrar o imóvel pode parecer uma forma de economizar tempo e dinheiro, mas, na prática, é um risco enorme.
Sem o registro, você não tem proteção legal plena, e qualquer problema envolvendo o imóvel pode se transformar em uma disputa cara e demorada.
Além da insegurança jurídica, o imóvel sem registro pode perder valor de mercado, ser mais difícil de vender e até se tornar alvo de penhoras e fraudes.
A seguir, vamos explicar cada risco com mais detalhes para que você entenda por que essa etapa é indispensável.
1. Perda do imóvel
Sem o registro, você pode perder o imóvel mesmo depois de ter pago por ele. Isso acontece porque, para a lei, o proprietário é quem consta na matrícula.
Se o vendedor revender o imóvel para outra pessoa e essa segunda compra for registrada, o novo comprador será considerado dono legítimo.
O mesmo vale em caso de falecimento do antigo proprietário. Se o imóvel não estiver no seu nome, ele pode entrar no inventário e ser dividido entre os herdeiros.
Sem registro, você terá muito mais dificuldade para comprovar seus direitos e pode enfrentar longas disputas judiciais.
Também existe o risco de evicção, quando um terceiro com direito anterior ao imóvel consegue retomar a propriedade por decisão judicial.
Sem o registro, sua defesa se enfraquece e as chances de perder o bem aumentam consideravelmente.
2. Imóvel sujeito a penhora e dívidas
Outro risco sério é ver o imóvel envolvido em penhoras por dívidas do antigo dono.
Como o bem continua registrado em nome dele, credores podem usá-lo para quitar débitos, mesmo que você já tenha pago a compra. Isso acontece com frequência em casos de dívidas trabalhistas, tributárias ou bancárias.
Além disso, se o imóvel já tiver restrições, como hipotecas ou processos judiciais, você pode acabar descobrindo tarde demais.
A ausência do registro te deixa vulnerável a esses problemas, já que o histórico oficial continua associado ao vendedor.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) também já decidiu que até os direitos aquisitivos — como os de quem tem contrato sem registro — podem ser penhorados.
Em outras palavras, sem o registro, você não está totalmente protegido nem mesmo se tiver pago integralmente pelo bem.
3. Fraudes e vendas duplicadas de imóvel
A falta de registro abre espaço para fraudes imobiliárias. Uma das mais comuns é a venda duplicada, quando o mesmo imóvel é negociado com mais de uma pessoa.
Quem registrar primeiro será reconhecido como proprietário, deixando os demais compradores em prejuízo.
Também há casos de falsificação de documentos, procurações fraudulentas e até vendas feitas por pessoas sem direito sobre o imóvel.
Sem o registro, você fica mais exposto a golpes, pois não há comprovação oficial da sua titularidade.
Além disso, contratos informais — os famosos “contratos de gaveta” — não têm validade contra terceiros.
Eles podem até garantir o negócio entre comprador e vendedor, mas não protegem você de alguém que registre a compra antes.
4. Dificuldades para financiar ou vender imóvel
Se você pretende vender ou financiar o imóvel, não registrar é um problema sério.
Bancos e instituições financeiras só aceitam imóveis devidamente registrados como garantia. Sem essa regularização, você perde a chance de obter crédito ou de incluir o bem em operações financeiras.
A venda também fica mais difícil.
Compradores que dependem de financiamento não conseguem adquirir imóveis sem registro, e mesmo quem paga à vista costuma evitar esse tipo de negociação, justamente pelos riscos jurídicos.
Além disso, imóveis sem registro costumam ser desvalorizados no mercado. Muitos acabam sendo vendidos por preços menores porque quem compra assume o risco e o custo de regularizar a situação depois.
5. Falta de proteção jurídica sobre imóvel
O registro é o que garante a proteção jurídica plena do imóvel.
Sem ele, seus direitos valem apenas entre você e o vendedor, mas não têm efeito perante terceiros, bancos, credores e até mesmo a Justiça.
Isso significa que, para todos os efeitos, o imóvel continua sendo do antigo dono. Você pode ser surpreendido com penhoras, hipotecas ou disputas sem sequer saber, e terá dificuldades para defender sua propriedade em qualquer processo.
Além disso, sem registro, você também não consegue transmitir o imóvel por herança, doá-lo ou incluí-lo formalmente em um inventário.
Em termos legais, você fica numa posição muito frágil, e qualquer conflito pode comprometer o seu patrimônio.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Saiba como garantir o melhor apoio para suas decisões.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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