Rescisão injusta do contrato, o que fazer?

Quando ocorre uma rescisão injusta do contrato, a parte prejudicada pode enfrentar perdas financeiras e até danos à sua reputação.

Imagem representando rescisão injusta do contrato?

O que fazer em casos de rescisão injusta do contrato?

A rescisão injusta do contrato de trabalho é uma situação delicada que gera insegurança e muitas dúvidas.

Ela ocorre quando a empresa encerra o vínculo sem respeitar os direitos previstos em lei ou adota condutas que prejudicam o trabalhador.

Nesses casos, é comum que você se sinta perdido, sem saber quais providências tomar ou quais benefícios ainda pode exigir.

Este artigo foi preparado justamente para esclarecer o que caracteriza a rescisão injusta, quais são seus direitos e como agir para proteger-se.

Continue a leitura e entenda o que fazer diante desse cenário.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é a rescisão injusta do contrato?

A rescisão injusta do contrato acontece quando o vínculo de trabalho é encerrado sem que haja uma justificativa válida ou quando o empregador age em desacordo com a lei.

Na prática, isso significa que você pode ter sido dispensado de maneira arbitrária ou em condições que violam seus direitos.

Um exemplo claro está previsto no artigo 474 da CLT, que afirma que suspender o empregado por mais de 30 dias consecutivos equivale a uma rescisão injusta do contrato.

Outro caso é a rescisão indireta, descrita no artigo 483 da CLT, quando o empregador comete faltas graves, como deixar de pagar salários ou expor você a situações humilhantes no ambiente de trabalho.

Esse tipo de situação não se limita apenas à dispensa arbitrária. Também pode envolver uma demissão por justa causa aplicada de forma indevida, sem provas concretas, ou ainda uma dispensa discriminatória.

Em todas essas hipóteses, a lei reconhece que houve abuso e protege o trabalhador que foi prejudicado.

Assim, entender esse conceito é essencial para identificar se a forma como o seu contrato foi encerrado respeitou a legislação trabalhista ou se existem fundamentos para questionar judicialmente a decisão.

Quais são os exemplos de rescisão injusta?

A rescisão injusta pode se manifestar em diferentes situações, e muitas vezes passa despercebida por quem sofreu a demissão. Alguns exemplos ajudam a visualizar melhor:

Rescisão indireta por falta grave do empregador: imagine que você trabalhe em uma empresa onde o salário atrasa todos os meses.

Essa conduta caracteriza descumprimento de obrigação contratual e pode justificar a rescisão indireta, na qual você recebe todos os direitos de quem foi demitido sem justa causa.

Demissão por justa causa sem provas: pense em um caso onde o empregador alega que você cometeu um ato de indisciplina, mas não apresenta documentos, testemunhas ou registros que confirmem a acusação.

Se a justa causa não for comprovada, a demissão pode ser anulada judicialmente. O ônus da prova recai sobre o empregador, como estabelece a Súmula 212 do TST.

Suspensão superior a 30 dias: se você for suspenso por mais de 30 dias consecutivos, sem justificativa legal, essa medida gera automaticamente a rescisão injusta, conforme prevê o artigo 474 da CLT.

Rescisão de contrato por prazo determinado de forma antecipada: se você foi contratado por um período específico, mas dispensado antes do término sem cláusula que autorize essa possibilidade, o empregador pode ter que indenizar você pelos prejuízos causados.

Dispensa discriminatória ou retaliatória: se a sua demissão ocorreu em razão de doença, gravidez, religião, orientação sexual ou mesmo como retaliação por reivindicar direitos trabalhistas, há grande chance de caracterizar-se uma rescisão injusta.

A dispensa discriminatória é vedada pelo ordenamento jurídico e pode gerar direito à reintegração.

Esses exemplos mostram que nem toda rescisão é válida apenas porque o empregador decidiu encerrar o contrato.

É preciso que os motivos sejam legítimos e que os procedimentos legais tenham sido observados.

Quais os direitos do trabalhador na rescisão injusta?

Quando há uma rescisão injusta, você tem direito a receber as mesmas verbas de uma demissão sem justa causa, além de outras indenizações que podem variar conforme o caso.

Em linhas gerais, os principais direitos são:

Aviso prévio: pode ser trabalhado ou indenizado. Se você não foi comunicado com antecedência, deve receber o valor correspondente.

Saldo de salário: pagamento pelos dias efetivamente trabalhados no mês da demissão.

Férias vencidas e proporcionais com adicional de 1/3: asseguradas pelo artigo 7º, XVII da Constituição Federal.

13º salário proporcional: previsto pela Lei nº 4.090/1962.

Multa de 40% sobre o FGTS: em demissões sem justa causa, o empregador precisa pagar esse adicional sobre o saldo depositado.

Saque do FGTS e acesso ao seguro-desemprego: benefícios concedidos quando a dispensa ocorre sem justa causa.

Indenizações adicionais: em casos de estabilidade provisória (como gestantes, acidentados ou membros da CIPA), você pode ter direito à reintegração ou ao recebimento de todos os salários e benefícios do período em que deveria permanecer empregado.

Exemplo: se uma trabalhadora grávida é dispensada sem justa causa, mesmo que o empregador alegue ignorar a gestação, ela tem direito à estabilidade.

Nesse caso, a rescisão é considerada injusta e pode gerar reintegração ou indenização correspondente ao período da gestação até cinco meses após o parto.

Portanto, conhecer os seus direitos é crucial para não aceitar condições inferiores às previstas em lei.

Muitas vezes, no momento da rescisão, você pode estar fragilizado e não perceber que valores importantes ficaram de fora do cálculo.

Como provar que houve a rescisão injusta do contrato?

Para que a rescisão injusta seja reconhecida, é fundamental reunir provas sólidas. No processo trabalhista, cada detalhe pode fazer diferença. Veja os principais meios de comprovar:

Para que a rescisão injusta seja reconhecida, é fundamental reunir provas sólidas.

Como provar?

Documentos: contracheques atrasados, comprovantes de não recolhimento de FGTS, comunicados internos ou até advertências aplicadas sem fundamento podem demonstrar falhas do empregador.

Mensagens e e-mails: registros de conversas em que gestores admitem atrasos ou agem de forma abusiva são válidos como prova.

Testemunhas: colegas de trabalho podem confirmar situações de assédio, discriminação ou irregularidades.

Gravações: desde que você faça parte da conversa, gravações de áudio podem ser aceitas pela Justiça do Trabalho como meio de prova.

Relatórios técnicos: em casos de condições insalubres ou inseguras, laudos periciais podem confirmar que o ambiente violava normas de saúde e segurança.

Imagine que você tenha sido acusado de má conduta para justificar uma justa causa.

Se conseguir apresentar e-mails em que superiores reconhecem seu bom desempenho, aliados a testemunhos de colegas, essas provas podem derrubar a acusação.

Dica: reúna provas o quanto antes. Documentos podem se perder e testemunhas mudam de emprego.

Quanto mais cedo você reunir os elementos, maiores as chances de comprovar a irregularidade.

A rescisão injusta do contrato pode gerar indenizações?

A rescisão injusta pode sim gerar indenizações, além das verbas rescisórias tradicionais.

Essas indenizações visam compensar os danos sofridos pelo trabalhador em razão da conduta irregular do empregador. Os principais tipos são:

Danos morais: aplicáveis quando você sofreu humilhações, assédio moral, discriminação ou foi acusado injustamente de conduta grave.

Exemplo: se for demitido com alegação infundada de furto, a Justiça pode entender que houve ofensa à sua honra e fixar indenização.

Danos materiais: quando a rescisão gera prejuízos financeiros comprovados. Um exemplo é a perda de um plano de saúde em meio a tratamento médico, obrigando você a arcar com custos elevados.

Multas legais: como a prevista no artigo 477, §8º da CLT, que pune o empregador que não paga as verbas rescisórias no prazo.

Indenização por estabilidade desrespeitada: se você tinha estabilidade provisória e foi dispensado, pode ter direito a receber todos os salários e benefícios do período em que deveria permanecer empregado.

Os valores variam conforme o caso, levando em conta o grau de dano, a capacidade financeira da empresa e os precedentes judiciais.

Não existe tabela fixa, mas os tribunais buscam aplicar critérios de razoabilidade e proporcionalidade.

Se você está passando por uma situação de rescisão injusta do contrato, saiba que a lei oferece mecanismos de proteção, mas o tempo é um fator determinante.

Quanto antes você buscar orientação, maiores serão as chances de preservar provas, garantir seus direitos e evitar prejuízos irreversíveis.

Um recado final para você!

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui!

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

5/5 - (1 voto)

Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

    Ver todos os posts
Olá, tudo bem?
Fale conosco no WhatsApp! Rápido e seguro.
Fale Conosco