Direito potestativo: entenda o conceito
O direito potestativo é o poder de decidir sozinho em certas situações jurídicas. Se você passa por um momento de dúvida, entender isso pode ajudar.
O direito potestativo é um conceito importante do Direito e, muitas vezes, passa despercebido por quem enfrenta uma situação jurídica no dia a dia.
Ele aparece em decisões que você toma sozinho (como pedir o divórcio, renunciar a uma herança ou encerrar um contrato) e que produzem efeitos mesmo sem a concordância da outra pessoa.
Isso costuma gerar dúvidas, insegurança e receio de “estar fazendo algo errado”.
Este artigo foi preparado para explicar, de forma simples e acessível, o que é esse direito, quando ele se aplica e quais cuidados você precisa ter antes de exercê-lo.
Se você quer entender como funciona essa prerrogativa e quando ela pode ser questionada, continue a leitura para tirar todas as suas dúvidas.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é direito potestativo?
- Como funciona o direito potestativo?
- Quais são os tipos de direito potestativo?
- Direito potestativo tem prazo para ser exercido?
- O Direito potestativo depende da vontade da outra parte?
- Quando o Direito potestativo pode ser questionado na Justiça?
- Um recado final para você!
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O que é direito potestativo?
O direito potestativo é o poder que você tem de criar, modificar ou extinguir uma situação jurídica sem depender da concordância da outra pessoa.
Isso significa que, ao exercer esse direito, a outra parte não pode impedir ou contestar a sua decisão, apenas suportar seus efeitos.
Um exemplo claro é o divórcio: desde a Emenda Constitucional 66/2010, você pode solicitar o divórcio mesmo se o outro cônjuge não concordar, porque a lei elimina a exigência de motivo ou consenso.
Outra situação comum é a renúncia à herança, em que você pode abrir mão de sua parte sem precisar ouvir a opinião dos demais herdeiros.
Esse tipo de direito aparece em vários ramos do Direito e costuma gerar dúvidas justamente por ser unilateral.
Quando você entende que tem essa prerrogativa, evita conflitos e consegue agir com mais segurança jurídica.
Como funciona o direito potestativo?
O direito potestativo funciona de forma unilateral: você manifesta sua vontade e a consequência jurídica acontece, independentemente da vontade contrária.
Mas isso não significa liberdade ilimitada. A lei exige que você siga princípios como boa-fé, função social e vedação ao abuso (art. 187 do Código Civil).
Em um cenário prático, imagine que você queira rescindir um contrato que prevê direito de término unilateral mediante aviso prévio.
Ao comunicar a outra parte dentro do prazo, o vínculo se encerra, mesmo que ela discorde.
Porém, se você usar esse direito de forma prejudicial ou com intenção de causar dano, o ato pode ser questionado.
Assim, mesmo sendo unilateral, o exercício exige cuidado com prazos, formalidades e limites legais.
Consultar um advogado ajuda a evitar nulidades e conflitos que poderiam ser prevenidos.
Quais são os tipos de direito potestativo?
Embora não exista uma classificação única na lei, a prática jurídica permite organizar os direitos potestativos em três grupos, o que facilita a compreensão:
Incondicionados: dependem apenas da sua vontade. É o caso do divórcio, que não exige justificativa nem consentimento.
Condicionados a formalidades: a vontade é unilateral, mas há requisitos legais.
Exemplo: desistência de recurso (art. 998 do CPC), que não depende da outra parte, mas exige manifestação formal.
Previstos em contratos: surgem de cláusulas que permitem a uma das partes encerrar, modificar ou exigir determinada ação.
Um contrato pode prever que você rescinda o vínculo com aviso prévio de 30 dias.
Essas categorias mostram que o direito potestativo aparece de formas variadas, do cotidiano familiar ao ambiente contratual.
Identificar o tipo correto permite agir dentro da legalidade e evitar que o exercício seja mal interpretado ou questionado.
Direito potestativo tem prazo para ser exercido?
Sim. Em muitos casos, o direito potestativo está sujeito à decadência, que é a perda do próprio direito quando você não o exerce dentro do prazo legal.
Isso significa que a oportunidade se encerra e não pode ser recuperada.
Exemplos práticos ajudam a entender: se você quer anular um negócio jurídico por vício do consentimento, a lei estabelece prazo decadencial específico.
Depois desse prazo, o direito se extingue e você não pode mais exigir a anulação.
Da mesma forma, alguns contratos fixam prazos para exercer direitos unilaterais, como o prazo para desistência ou cancelamento.
Por isso, agir rápido é essencial. A demora pode inviabilizar uma solução simples e obrigar você a enfrentar consequências que poderiam ter sido evitadas.
O Direito potestativo depende da vontade da outra parte?
Não. O direito potestativo se caracteriza justamente por não depender da concordância da outra pessoa.
A parte contrária fica em posição de sujeição: ela não precisa fazer nada, mas também não pode impedir o efeito jurídico.
Isso ocorre no pedido de divórcio, na renúncia à herança, no pedido de demissão e na rescisão unilateral de contratos.
Mesmo assim, essa autonomia não é absoluta. Você deve respeitar formalidades legais, prazos, avisos prévios e os princípios que regulam a relação.
Se você exerce o direito de forma a prejudicar deliberadamente o outro, o ato pode ser revisto.
Por isso, apesar da unilateralidade, é importante ter clareza sobre as consequências e sobre os limites legais antes de agir.
Quando o Direito potestativo pode ser questionado na Justiça?
Embora unilateral, o direito potestativo pode ser questionado quando há violação de regras legais ou abuso. As situações mais comuns incluem:
Abuso de direito (art. 187 do Código Civil): quando você usa o direito com intenção de prejudicar, constranger ou causar dano injustificado.
Descumprimento de formalidades: renunciar à herança sem seguir o procedimento legal, por exemplo, torna o ato impugnável.
Exercício fora do prazo: se um direito sujeito à decadência é exercido depois do prazo, a outra parte pode contestar imediatamente.
Conflito com direitos fundamentais: decisões que atinjam dignidade, saúde, moradia ou proteção de crianças podem ser revisadas judicialmente.
Quando há risco de contestação, a atuação de um advogado evita falhas e fortalece a validade do ato.
Muitas vezes, uma orientação prévia impede litígios longos e desgastantes, especialmente quando prazos e formalidades são determinantes.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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