Avó conta como é ver neto sem pensão do pai

O desabafo de uma avó ao ver seu neto sem a pensão do pai, e sem ninguém fazer nada. Será que alguém, além da mãe, pode pedir pensão para a criança?

Imagem representando pensão do pai

Como é para uma avó ver o neto crescer sem a pensão do pai?

Ver um neto crescer sem qualquer apoio financeiro do pai é uma realidade que muitas avós vivem em silêncio.

Entre as responsabilidades diárias, os gastos que aumentam e a preocupação constante com o futuro da criança, surgem dúvidas importantes sobre o que a lei permite fazer para garantir o sustento do menor.

Este tema envolve aspectos emocionais e jurídicos, e entender seus direitos é fundamental para que você não carregue sozinha um dever que pertence, por lei, aos pais.

Este conteúdo foi elaborado justamente para orientar quem enfrenta essa situação e busca respostas seguras e práticas.

Continue a leitura para entender como a avó pode agir quando o neto vive sem pensão do pai.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

Avó pode pedir pensão do pai da criança?

Sim. A avó pode pedir a pensão do pai da criança quando existe necessidade comprovada e quando os pais não estão cumprindo a obrigação.

A legislação deixa claro que o dever de sustento é, antes de tudo, dos genitores.

O Código Civil, nos artigos 1.694 e 1.696, determina que os pais são os principais responsáveis pelos alimentos. Somente quando eles não podem, os avós podem ser chamados.

Na prática, isso significa que você, como avó, pode entrar com o pedido em nome da criança quando o pai está ausente, não contribui ou nunca assumiu o sustento.

Imagine, por exemplo, uma família em que o pai desapareceu há anos e a mãe não tem recursos para entrar com o processo.

Nessa situação, você pode representar a criança e solicitar que o juiz determine o pagamento.

É importante entender que isso não transfere a responsabilidade para os avós.

Pelo contrário: reforça que os pais continuam sendo os obrigados principais, e a avó apenas atua para garantir o direito do neto.

O pedido pode ser feito mesmo sem conflito direto com o pai, e o juiz pode fixar alimentos provisórios para proteger a criança enquanto o processo segue.

Quanto mais cedo você agir, menor o risco de acúmulo de dificuldades financeiras.

A mãe não pediu pensão do pai, a avó pode pedir?

Pode, desde que exista justificativa concreta. A ausência de pedido pela mãe não impede automaticamente que a avó busque a pensão do pai, mas o juiz avaliará por que a mãe não fez isso e se a avó realmente precisa assumir esse papel.

A lei protege o direito da criança, e não a inércia dos adultos, e é por isso que a jurisprudência admite a atuação dos avós quando a necessidade é evidente.

Para deixar mais claro, imagine três cenários possíveis:

▸A mãe não pediu pensão por falta de informação: é comum que mães em situação de vulnerabilidade não saibam por onde começar. Nesses casos, a avó pode ingressar com o pedido representando o neto.

▸ A mãe tentou conversar com o pai, mas ele se recusa: aqui, a avó pode acionar o Judiciário antes que a situação piore.

▸ A mãe não quer envolver o pai por questões pessoais: o juiz avaliará se essa escolha prejudica a criança; se prejudicar, a avó pode ser autorizada a agir.

O foco sempre será o interesse da criança. A omissão da mãe não afasta o direito do filho à pensão.

E, como o direito à alimentação é indisponível, qualquer responsável que prove convivência e cuidado cotidiano pode buscar proteção judicial.

Agir rápido evita que a criança permaneça sem amparo em um momento crucial.

A avó com a guarda da criança pode pedir pensão do pai?

Sim. Se você possui a guarda formal do seu neto, você tem legitimidade direta para pedir pensão do pai.

A guarda, prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, não substitui o dever dos pais. Mesmo que a criança esteja sob seus cuidados, os genitores continuam com a responsabilidade financeira.

Esse é um dos casos mais claros de legitimidade. Quando a avó tem a guarda, seja por decisão judicial ou acordo, ela atua como representante legal.

A partir daí, pode pedir alimentos, revisar valores ou exigir cumprimento de pensão atrasada.

Por exemplo, se o pai pagou pensão por dois meses e depois parou, a avó pode solicitar tanto os valores futuros quanto os retroativos.

Aqui, a jurisprudência dos tribunais é firme: a guarda com avós não afasta a obrigação alimentar dos pais.

O entendimento reforça que a criança não deve sofrer porque o pai não cumpre suas responsabilidades.

Por isso, quando a guarda é sua, a ação costuma ser mais direta, já que não há dúvidas sobre sua legitimidade para proteger os interesses do neto.

Sim. Se você possui a guarda formal do seu neto, você tem legitimidade direta para pedir pensão do pai. 

Avó com guarda pode pedir pensão ao pai?

O que a avó faz quando o neto nunca teve pensão do pai?

Quando o neto nunca recebeu pensão do pai, a avó pode seguir alguns passos para garantir que o direito seja reconhecido.

A atuação rápida é importante, especialmente em casos de vulnerabilidade social. Para facilitar, veja uma estrutura simples de como esse processo costuma ocorrer:

  1. Confirmar a necessidade da criança

Isso inclui gastos básicos como alimentação, escola, moradia e saúde. Quanto mais claro for o impacto financeiro, mais rápido o juiz pode conceder alimentos provisórios.

  1. Reunir informações sobre o pai

Mesmo que ele esteja distante, qualquer dado ajuda: nome completo, endereço, local onde já trabalhou, documentos antigos, contatos de parentes. O juiz pode determinar buscas em sistemas oficiais.

  1. Demonstrar sua relação com a criança

Aqui entram certidão de nascimento, declarações escolares, comprovantes de que a criança reside com você. Isso reforça sua legitimidade.

  1. Ingressar com ação de alimentos

O pedido é feito em nome da criança, com você como representante. O juiz pode fixar pensão provisória já na primeira análise.

  1. Solicitar retroativos, quando cabível

Se houver abandono evidente, o advogado pode avaliar a possibilidade de cobrar períodos anteriores ao processo.

Esse caminho é essencial porque a falta de pensão compromete o desenvolvimento da criança.

A urgência é real: quanto mais tempo sem contribuição, maior o risco de endividamento, piora no padrão alimentar e interrupção de estudos ou tratamentos de saúde.

Por isso, buscar orientação jurídica imediata evita que o problema se torne ainda maior.

Um recado final para você!

Imagem representando advogado para divórcio.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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