Requisitos para prisão preventiva: Quais são? Guia 2024
Você sabia que a prisão preventiva só pode ser aplicada em casos específicos? Descubra quais são os requisitos para decretar a prisão preventiva de um acusado no Brasil e quando ela é realmente necessária.
No contexto de um processo penal, existem várias situações em que a liberdade de uma pessoa pode ser temporariamente restringida, mesmo antes de uma sentença definitiva.
A prisão preventiva é uma dessas medidas e pode parecer confusa para quem não está familiarizado com os trâmites legais.
Em um país onde a presunção de inocência é um direito garantido pela Constituição, é natural questionar em quais circunstâncias alguém pode ser preso antes de um julgamento final.
Quais critérios a Justiça considera para aplicar essa medida? E quando ela é realmente necessária?
Neste artigo, vamos explicar de forma clara o que são os requisitos para prisão preventiva, em quais situações ela pode ser aplicada e como a legislação brasileira regula essa medida.
Você entenderá os motivos pelos quais um juiz pode decidir pela prisão preventiva e o que é necessário para que essa decisão seja considerada justa e proporcional.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é prisão preventiva?
- O que diz o artigo 312 e 313 do Código Penal?
- Qual a diferença entre prisão preventiva e prisão temporária?
- Quais são os elementos da prisão preventiva?
- Quais os requisitos da prisão temporária?
- Quais são os requisitos para a decretação da prisão preventiva?
- Quando é cabível a prisão preventiva?
- O que fazer para permanecer em liberdade?
- Quanto tempo a pessoa fica na prisão preventiva?
- O que é artigo 311 e 312 do Código Penal?
- Conclusão
- Um recado final para você!
- Autor
O que é prisão preventiva?
A prisão preventiva é uma espécie de prisão cautelar, ou seja, uma medida temporária que visa assegurar que o processo criminal ocorra sem interferências que possam prejudicar o seu andamento.
Essa medida não é aplicada automaticamente; é preciso que existam motivos específicos que justifiquem a manutenção do acusado na prisão enquanto o processo ainda está em andamento.
O objetivo da prisão preventiva é garantir a ordem social e o desenvolvimento adequado do processo penal.
Por exemplo, em casos em que o acusado possa atrapalhar as investigações, seja intimidando testemunhas ou destruindo provas, a prisão preventiva se torna uma ferramenta para preservar a integridade do processo.
Vale destacar que, para a prisão preventiva ser decretada, é necessária uma justificação detalhada por parte do juiz.
Isso significa que a simples acusação de um crime não é suficiente para manter alguém preso preventivamente; é preciso uma análise criteriosa dos riscos envolvidos.
Além disso, o pedido de prisão preventiva pode ser feito pelo Ministério Público, pela autoridade policial ou até mesmo por uma parte que se sinta ameaçada.
Para que o juiz decida pela prisão preventiva, devem ser observados os requisitos para prisão preventiva estabelecidos pela legislação.
O que diz o artigo 312 e 313 do Código Penal?
Os artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal trazem as regras que devem ser seguidas para a decretação da prisão preventiva.
Eles estabelecem os fundamentos legais que garantem que essa medida seja utilizada de forma justa e proporcional.
Artigo 312
Esse artigo é a base para determinar os motivos que justificam a prisão preventiva.
Ele afirma que a prisão preventiva pode ser decretada para garantir a ordem pública ou econômica, assegurar a instrução criminal ou garantir a aplicação da lei penal.
Além disso, exige a presença de provas da existência do crime e indícios suficientes de autoria.
Ou seja, não basta que o crime tenha ocorrido; é necessário que existam elementos que apontem o envolvimento do acusado.
Artigo 313
Este artigo complementa o anterior, especificando em que tipos de crime a prisão preventiva pode ser aplicada.
Segundo ele, a prisão preventiva é cabível em casos de crimes dolosos com pena superior a 4 anos, nos casos de reincidência em crimes dolosos, e também em situações de violência doméstica e familiar, quando for necessário garantir a segurança da vítima.
Esses artigos são fundamentais para entender os requisitos para prisão preventiva, uma vez que delineiam os cenários em que essa medida pode ser aplicada, sempre com o objetivo de balancear a proteção da sociedade e a preservação dos direitos individuais.
Qual a diferença entre prisão preventiva e prisão temporária?
Entender a diferença entre prisão preventiva e prisão temporária é fundamental para compreender os momentos em que cada uma dessas medidas pode ser utilizada.
Embora ambas sejam prisões cautelares, elas têm finalidades e características distintas:
Dessa forma, a prisão preventiva é voltada para garantir a ordem pública, assegurar que a aplicação da lei penal seja cumprida, ou evitar que o acusado interfira nas investigações.
Ela pode ser aplicada a qualquer momento do processo e reavaliada a cada 90 dias, podendo se estender até a sentença final, desde que os motivos que a justificaram permaneçam presentes.
Já a prisão temporária tem um caráter mais investigativo. Ela é decretada para auxiliar nas investigações de crimes mais graves e tem uma duração definida de até 30 dias, que pode ser prorrogada em casos excepcionais.
Depois desse prazo, ela deve ser relaxada (liberada) ou transformada em outra medida, como a prisão preventiva, caso ainda sejam necessários maiores cuidados para a continuidade do processo.
A diferença central é que, enquanto a prisão preventiva pode durar até o final do processo e visa proteger a ordem pública, a prisão temporária tem uma duração limitada e se concentra na fase inicial das investigações, sendo aplicada apenas quando for imprescindível para essa fase.
Essa distinção também envolve os requisitos para prisão preventiva, que são diferentes dos requisitos que podem levar à prisão temporária.
Quais são os elementos da prisão preventiva?
A prisão preventiva não pode ser aplicada de forma aleatória. Existem elementos essenciais que devem ser levados em consideração para que essa medida seja decretada.
Em termos práticos, isso significa que a prisão preventiva só pode ser aplicada quando há indícios claros de que o acusado cometeu um crime e, ao mesmo tempo, há riscos que justificam a sua manutenção na prisão durante o processo.
Um dos principais elementos é a comprovação da materialidade do crime, ou seja, a certeza de que o crime realmente aconteceu.
Além disso, deve haver indícios de autoria, que apontem o envolvimento do acusado. Esses dois fatores são indispensáveis para iniciar a discussão sobre a prisão preventiva, mas não são suficientes por si só.
Outro ponto relevante é a necessidade da medida. A prisão preventiva só é cabível quando não há outras medidas alternativas que possam garantir a ordem pública, como a prisão domiciliar ou o monitoramento eletrônico.
Portanto, ela deve ser aplicada apenas quando for realmente necessária para garantir que o processo ocorra de forma justa e sem interferências.
Quais os requisitos da prisão temporária?
A prisão temporária é uma medida diferente da prisão preventiva, voltada especialmente para a fase de investigações de um processo penal.
Ela tem uma duração limitada e é aplicável em situações bem específicas.
Os requisitos da prisão temporária incluem a necessidade de que a prisão seja indispensável para as investigações ou que o suspeito não tenha residência fixa, dificultando sua localização pela polícia.
Ela é aplicada principalmente quando há risco de que o acusado possa atrapalhar as investigações iniciais, por exemplo, destruindo provas.
O período da prisão temporária é geralmente de 5 dias, prorrogáveis por mais 5, mas em casos de crimes considerados mais graves, como os crimes hediondos, a duração pode ser de 30 dias, com possibilidade de prorrogação por mais 30 dias.
Essa limitação de tempo visa garantir que o suspeito não fique preso além do necessário para a investigação, evitando abusos e respeitando o direito de liberdade.
É importante notar que, enquanto a prisão temporária tem seus próprios requisitos, já os requisitos para prisão preventiva são diferentes e mais abrangentes.
Quais são os requisitos para a decretação da prisão preventiva?
Para que um juiz decida pela prisão preventiva, é necessário que tenha ocorrido um crime e que existam indícios suficientes de que o acusado esteja envolvido.
Além disso, a prisão preventiva só deve ser aplicada quando outras medidas cautelares, como a prisão domiciliar ou o uso de monitoramento eletrônico, não forem suficientes para assegurar a ordem pública.
Entre os principais requisitos para prisão preventiva, destacam-se:
- Prova da existência do crime: É necessário que haja evidências suficientes de que um crime foi cometido. Essa é a base para iniciar qualquer medida restritiva contra o acusado.
- Indícios suficientes de autoria: Além de evidências do crime, é importante que existam elementos que apontem para o envolvimento do acusado na prática criminosa.
- Garantia da ordem pública ou econômica: A prisão pode ser decretada para evitar que o acusado cometa novos crimes ou continue a prática delituosa, protegendo assim a sociedade.
- Conveniência da instrução criminal: A prisão preventiva pode ser necessária para assegurar que o processo siga seu curso sem que o acusado tente obstruir a justiça, destruindo provas ou intimidando testemunhas.
- Assegurar a aplicação da lei penal: A prisão preventiva é cabível quando há risco de o acusado fugir e não ser encontrado para responder pela sentença, caso venha a ser condenado.
O artigo 313 do Código de Processo Penal detalha ainda os casos específicos em que a prisão preventiva pode ser aplicada.
Entre eles, destacam-se os crimes dolosos com pena máxima superior a 4 anos, a reincidência em crimes dolosos e os casos de violência doméstica e familiar contra vítimas vulneráveis, como mulheres, crianças e idosos.
Quando é cabível a prisão preventiva?
A prisão preventiva é uma medida excepcional, aplicada apenas em situações específicas, quando há risco à ordem pública, como no caso de crimes violentos, ou para garantir que o acusado não interfira nas investigações, como destruir provas ou intimidar testemunhas.
Ela também pode ser cabível quando o acusado representa um risco de fuga, ou seja, quando há sinais de que ele possa deixar a cidade, o país ou mudar de endereço para evitar a aplicação da lei.
A possibilidade de fuga é um dos principais argumentos usados para a decretação da prisão preventiva, pois garante que o acusado esteja presente no decorrer do processo.
A prisão preventiva pode ser pedida pela autoridade policial, pelo Ministério Público ou pela parte que se sentir ameaçada, mas é o juiz quem avalia se os requisitos estão presentes e decide pela sua aplicação.
Aqui, os requisitos para prisão preventiva devem ser analisados cuidadosamente, respeitando os direitos de defesa do acusado e a necessidade de proteger a sociedade.
O que fazer para permanecer em liberdade?
Se você ou alguém próximo está enfrentando uma situação de risco de prisão preventiva, é fundamental contar com a orientação de um advogado especializado em Direito Penal.
Esse profissional será capaz de avaliar o caso, identificar se os requisitos para prisão preventiva estão presentes e, principalmente, apresentar argumentos ao tribunal que possam garantir a liberdade do acusado.
Entre as alternativas à prisão preventiva, estão medidas como a prisão domiciliar, que permite ao acusado cumprir a medida em sua residência, e o comparecimento regular ao tribunal, onde o acusado deve se apresentar periodicamente para acompanhar o andamento do processo.
Além disso, há a possibilidade de solicitar a proibição de contato com determinadas pessoas, garantindo que o acusado não interfira no processo.
A escolha da melhor estratégia vai depender das circunstâncias do caso e das provas que podem ser apresentadas ao juiz para demonstrar que a prisão preventiva não é necessária.
Quanto tempo a pessoa fica na prisão preventiva?
Uma das principais dúvidas sobre a prisão preventiva é em relação à sua duração.
Diferente da prisão temporária, que tem um tempo limitado, a prisão preventiva pode ser mantida até o final do processo, desde que as condições que motivaram a sua aplicação continuem existindo.
Por lei, o juiz deve reavaliar a prisão preventiva a cada 90 dias, verificando se ainda há necessidade de manter o acusado preso.
Caso os motivos que justificaram a prisão preventiva deixem de existir, o juiz pode optar por revogá-la, substituindo-a por outras medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica ou restrições de deslocamento.
A revisão periódica é importante para garantir que a prisão preventiva não se transforme em uma antecipação de pena, o que é proibido pela legislação brasileira.
Em casos onde o processo se estenda por longos períodos sem que haja um julgamento, a defesa do acusado pode solicitar a revogação da prisão, com base nos requisitos para prisão preventiva e no princípio da razoabilidade.
O que é artigo 311 e 312 do Código Penal?
O artigo 311 do Código de Processo Penal estabelece que a prisão preventiva pode ser decretada por iniciativa do juiz ou a pedido do Ministério Público, da autoridade policial ou da parte interessada.
Esse artigo é importante porque reforça a autonomia do juiz em avaliar os requisitos para prisão preventiva e decidir pela sua aplicação com base nas informações do processo.
Já o artigo 312, como já discutido, define os motivos que justificam a prisão preventiva, como a necessidade de garantir a ordem pública ou a conveniência da instrução criminal.
Esses artigos funcionam de forma complementar, ajudando a estabelecer quando e como a prisão preventiva deve ser aplicada, sempre com o objetivo de equilibrar a proteção da sociedade e a defesa dos direitos fundamentais do acusado.
Para mais informações detalhadas sobre os requisitos para prisão preventiva, assista ao nosso vídeo completo!
Conclusão
Entender os requisitos para prisão preventiva é essencial para garantir que a justiça seja aplicada de forma equilibrada, respeitando tanto os direitos do acusado quanto a necessidade de proteger a sociedade e o andamento do processo.
Ao conhecer os detalhes sobre quando a prisão preventiva é cabível, os elementos que a justificam e as especificidades dos artigos do Código de Processo Penal, você fica mais preparado para compreender como essas decisões são tomadas.
Se você ou alguém que você conhece está passando por uma situação que envolve a prisão preventiva, é fundamental contar com o apoio de um advogado especializado em Direito Penal.
Ele pode orientar sobre as melhores estratégias para garantir a liberdade do acusado ou para assegurar que a prisão seja revista nos prazos corretos.
Afinal, uma defesa bem feita pode ser a chave para garantir o cumprimento de todos os requisitos para prisão preventiva e garantir que os direitos do acusado sejam respeitados ao longo de todo o processo.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema requisitos para prisão preventiva pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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