Como funciona a separação homoafetiva no Brasil?

O que muda na separação homoafetiva? Descubra se as regras de partilha de bens e guarda de filhos são iguais e tire todas as suas dúvidas!

Imagem representando separação homoafetiva

Como funciona a separação homoafetiva?

A separação homoafetiva no Brasil segue as mesmas regras jurídicas aplicadas aos casais heterossexuais, mas ainda desperta muitas dúvidas entre quem está passando por esse momento delicado.

É comum que a pessoa não saiba por onde começar, como ficam os bens adquiridos em conjunto, o que acontece com contratos e responsabilidades assumidas durante a relação e, principalmente, como proceder quando há conflitos ou falta de diálogo.

Com o reconhecimento legal das uniões homoafetivas, direitos e deveres se igualaram, incluindo regras de partilha, pensão, guarda e tipo de divórcio.

No entanto, cada caso carrega suas particularidades, e entender essa dinâmica ajuda a trazer mais segurança e organização ao processo.

Se você está buscando informações claras para saber como agir e o que esperar, esta orientação vai ajudar a esclarecer o que realmente importa.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!

O que é a separação homoafetiva?

A separação homoafetiva é o procedimento que encerra formalmente um casamento ou uma união estável entre pessoas do mesmo sexo.

Ela segue exatamente as mesmas regras aplicadas aos casais heterossexuais, já que o STF reconheceu, em 2011, que uniões homoafetivas têm os mesmos direitos e deveres previstos na legislação brasileira.

Na prática, isso significa que o processo envolve a organização de pontos como partilha de bens, eventual pensão alimentícia, guarda e responsabilidades sobre filhos, além da regularização de documentos.

Esse reconhecimento garante aos casais homoafetivos segurança jurídica para terminar a relação de forma clara, justa e protegida pela lei.

Como funciona a separação homoafetiva?

A separação funciona de duas maneiras possíveis. Quando há diálogo e acordo entre os parceiros, o processo ocorre de forma consensual, o que o torna mais rápido, econômico e menos desgastante emocionalmente.

Nesse caso, basta definir pontos como divisão de bens, eventual pensão e, se houver filhos, como serão organizadas as responsabilidades.

Já na separação litigiosa, quando existe discordância sobre algum ponto, o processo vai para o Judiciário, e um juiz decide o que é mais adequado em cada situação.

A lógica aplicada é a mesma usada para qualquer divórcio: analisa-se a realidade financeira do casal, o patrimônio construído, o tempo de convivência e o que é melhor para eventual criança envolvida.

Em ambos os formatos, o casal pode contar com o apoio jurídico para garantir que tudo seja feito de maneira segura e dentro da lei.

A separação homoafetiva pode ser em cartório?

Sim, a separação homoafetiva pode ser feita em cartório, desde que o processo seja totalmente consensual e não existam filhos menores ou incapazes envolvidos.

Nesses casos, o casal pode formalizar o divórcio extrajudicial de forma rápida e menos burocrática, por meio de uma escritura pública.

É necessário que ambos estejam de acordo com todos os pontos — como divisão de bens e eventual pensão — e que contem com a presença de um advogado, que é obrigatório para orientar e acompanhar o procedimento.

Para muitos casais, essa é a forma mais prática e tranquila de oficializar o fim da relação.

É possível pedir pensão na separação homoafetiva?

É possível pedir pensão na separação homoafetiva?

Quando é possível? Quando um dos parceiros demonstra necessidade financeira.
O que o juiz avalia? Duração da relação, padrão de vida, dependência econômica e capacidade de cada um.
É igual ao de casais heterossexuais? Sim. A lei aplica as mesmas regras de pensão.
Pensão é automática? Não. É preciso comprovar necessidade e possibilidade.
Duração da pensão Em geral, é temporária, até que a pessoa possa se reestabelecer.

Sim, é possível. A pensão alimentícia entre ex-parceiros também é prevista nos casos de separação homoafetiva, seguindo exatamente as mesmas regras aplicadas aos demais casais.

Ela pode ser solicitada quando um dos parceiros depende financeiramente do outro ou tem dificuldade de se manter sozinho após o término.

O juiz avalia diversos fatores, como o tempo de relacionamento, a rotina financeira que o casal tinha, a idade e a condição de saúde de cada um, além da capacidade econômica do responsável pelo pagamento.

A intenção da pensão é oferecer um suporte temporário até que a pessoa consiga se reorganizar e retomar sua independência financeira.

Como fica a guarda dos filhos na separação homoafetiva?

A guarda dos filhos é definida com base no melhor interesse da criança, sem qualquer diferença por conta da orientação sexual dos pais.

Se ambos registraram a criança, a guarda compartilhada é a regra, pois permite que os dois participem das decisões importantes da vida do filho.

Caso apenas um dos parceiros tenha feito o registro, ainda assim é possível discutir judicialmente a multiparentalidade quando ficar comprovado que ambos exerceram funções parentais durante a convivência.

O objetivo é garantir estabilidade emocional, proteção e continuidade dos vínculos afetivos da criança, valorizando a realidade familiar construída ao longo dos anos.

Como ocorre a partilha de bens na separação homoafetiva?

A partilha depende diretamente do regime de bens escolhido durante o casamento ou estabelecido na união estável.

Na comunhão parcial — o regime mais comum — divide-se tudo o que foi adquirido durante a convivência. Na comunhão universal, todo o patrimônio é dividido igualmente entre os parceiros.

Já no regime de separação total, cada um mantém seus próprios bens. Para uniões estáveis sem contrato, vale a comunhão parcial como regra padrão.

Em todos os casos, o objetivo é assegurar uma divisão justa e proporcional ao que foi construído em conjunto, evitando prejuízos e garantindo que cada pessoa saia da relação com clareza sobre seu patrimônio.

Um recado final para você!

Imagem representando conteúdo jurídico.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

5/5 - (1 voto)

Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

    Ver todos os posts
Olá, tudo bem?
Fale conosco no WhatsApp! Rápido e seguro.
Fale Conosco