Empregado com estabilidade demitido sem justa causa
Se um empregado com estabilidade for demitido sem justa causa, ele tem direitos garantidos por lei para reverter essa situação. A estabilidade no emprego visa proteger o trabalhador de demissões arbitrárias.
Ser demitido no momento em que você tem estabilidade no emprego é uma situação que gera insegurança e muitas dúvidas.
Afinal, essa proteção existe justamente para evitar que você seja dispensado sem motivo durante períodos sensíveis, como gravidez, acidente de trabalho ou participação na CIPA.
Quando a empresa ignora essa garantia, você pode não saber por onde começar ou quais direitos realmente possui.
Este artigo foi preparado para esclarecer o que acontece quando um empregado com estabilidade é demitido sem justa causa e quais caminhos podem ser adotados. Continue lendo para entender seus direitos e como agir.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que é estabilidade no emprego?
- Empregado com estabilidade pode ser demitido sem justa causa?
- Quais os direitos do empregado demitido sem justa causa?
- Como contestar a demissão sem justa causa com estabilidade?
- Quais as consequências para a empresa ao demitir sem justa causa?
- É possível reverter a demissão sem justa causa com estabilidade?
- Um recado final para você!
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O que é estabilidade no emprego?
A estabilidade no emprego é uma proteção legal que impede a sua demissão sem justificativa durante determinados períodos.
Ela existe para garantir segurança quando você está em situação de maior vulnerabilidade, como ocorre com a gestante, o trabalhador que sofreu acidente de trabalho ou quem integra a CIPA.
A legislação brasileira traz regras claras: o art. 118 da Lei nº 8.213/91 assegura 12 meses de estabilidade após o retorno do empregado acidentado; o art. 10, II, b, do ADCT protege a gestante desde a concepção até 5 meses após o parto.
Essa garantia é provisória, mas efetiva, e impede a dispensa arbitrária.
Imagine, por exemplo, que você retorne da licença após um acidente e seja demitido no dia seguinte: a lei impede essa situação porque reconhece o risco social envolvido.
A estabilidade é, portanto, um escudo jurídico criado para preservar sua fonte de renda e sua saúde física e emocional.
Empregado com estabilidade pode ser demitido sem justa causa?
Você não pode ser demitido sem justa causa durante um período de estabilidade.
A empresa só pode dispensar nessa fase se houver justa causa comprovada, conforme art. 482 da CLT, e essa comprovação exige provas robustas.
Isso evita que o empregador utilize a justa causa como tentativa de mascarar uma dispensa ilegal.
Imagine uma gestante demitida “por baixa performance” sem documentação formal: essa demissão tende a ser anulada porque fere o direito constitucional de proteção à maternidade.
Também é importante saber que contratos por prazo determinado ou de experiência podem ter regras distintas, dependendo das cláusulas e da jurisprudência aplicável.
Se a empresa insistir na dispensa sem fundamento, você pode reverter essa decisão e resguardar seus direitos.
Por isso, identificar corretamente sua condição de estabilidade é essencial antes de aceitar a demissão.
Quais os direitos do empregado demitido sem justa causa?
Se você for demitido sem justa causa, seus direitos básicos incluem saldo salarial, férias proporcionais, 13º proporcional, aviso prévio e saque do FGTS com multa de 40%. Porém, se você estava sob estabilidade, há direitos adicionais.
A dispensa se torna nula, e você pode pedir a reintegração ou uma indenização pelo período estabilitário não cumprido.
Por exemplo, imagine um membro da CIPA dispensado durante o mandato; além das verbas rescisórias, ele tem direito a voltar ao posto ou a ser indenizado desde a demissão até o fim da estabilidade prevista no art. 165 da CLT.
No caso de acidente de trabalho, a indenização cobre os 12 meses garantidos por lei, mesmo que a empresa alegue desconhecimento da condição.
Esses direitos existem para evitar prejuízos maiores e garantir que você não fique desamparado após uma dispensa indevida.
Como contestar a demissão sem justa causa com estabilidade?
Você pode contestar a demissão demonstrando que estava protegido por estabilidade no momento da dispensa.
Para isso, é essencial reunir documentos que comprovem sua condição, como laudos médicos, CAT, exames que indiquem doença ocupacional, comprovante de gravidez ou atas de eleição da CIPA.
O passo seguinte é buscar um advogado para analisar o caso e definir a melhor estratégia.
Geralmente, isso envolve solicitar a reintegração ao emprego ou indenização substitutiva. De forma prática, você pode agir assim:
- confirmar se a estabilidade estava vigente.
- reunir provas que demonstrem sua condição.
- registrar por escrito que discorda da dispensa.
- procurar orientação jurídica imediata.
Essa contestação deve ser rápida, porque quanto mais tempo passa, mais difícil se torna reverter a demissão. Agir cedo aumenta suas chances e evita perda de direitos.
Quais as consequências para a empresa ao demitir sem justa causa?
A empresa que demite um empregado estável sem motivo justificado assume riscos importantes.
Na prática, o empregador pode ser obrigado a reintegrar você ao cargo e pagar todos os salários e benefícios desde a dispensa até o retorno.
Caso a reintegração não seja possível, o empregador deverá pagar indenização integral referente ao período de estabilidade que restava, conforme entendimento consolidado pelos tribunais trabalhistas.
Em situações em que fica claro que a demissão buscou fraudar direitos, podem surgir discussões sobre danos morais, embora isso dependa da análise concreta do caso.
Além disso, há custos processuais e impacto negativo na imagem da empresa, principalmente quando a dispensa envolve gestante ou empregado acidentado.
Essas consequências mostram como a estabilidade não é apenas uma formalidade, mas uma obrigação legal séria que protege o trabalhador.
É possível reverter a demissão sem justa causa com estabilidade?
Sim, é possível reverter a demissão por meio de ação trabalhista ou acordo extrajudicial.
A reversão geralmente acontece quando você comprova que estava sob estabilidade e que a dispensa sem justa causa violou a lei.
A consequência mais comum é a reintegração, com pagamento dos salários atrasados e manutenção dos benefícios.
Quando isso não for viável, por exemplo, se o cargo foi extinto ou se a relação se tornou insustentável, os tribunais podem determinar indenização equivalente ao período estabilitário.
Pense no caso de um trabalhador acidentado: mesmo que a empresa alegue desconhecimento, a estabilidade prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91 permanece válida.
Como os prazos para buscar a reversão correm rapidamente, agir sem demora faz toda a diferença e evita perda de valores expressivos.
Se você passou por uma dispensa enquanto tinha estabilidade, buscar orientação jurídica o quanto antes é fundamental para proteger seus direitos e evitar prejuízos que podem se tornar irreversíveis.
O tempo, nesse tipo de situação, costuma ser decisivo.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui!
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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