Quem tem epilepsia refratária tem direito ao BPC LOAS?

A epilepsia refratária pode limitar a autonomia da pessoa. Entenda como funciona o direito ao BPC LOAS para quem vive com essa condição.

Quem tem epilepsia refratária tem direito ao BPC LOAS?

Quem tem epilepsia refratária tem direito ao BPC LOAS?

Viver com epilepsia refratária significa enfrentar um desafio contínuo.

Quando os tratamentos deixam de controlar as crises e a doença compromete a autonomia da pessoa, o impacto vai além da saúde: afeta a capacidade de trabalhar, conviver e se sustentar.

Por isso, muitas famílias buscam saber se quem tem epilepsia refratária pode ter acesso ao BPC LOAS, benefício assistencial destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade e deficiência de longo prazo.

Neste artigo, você entenderá, de forma clara, se esse direito se aplica ao seu caso.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato:  clique aqui!

O que é epilepsia refratária?

A epilepsia refratária é uma forma grave de epilepsia caracterizada pela resistência aos tratamentos convencionais com medicamentos anticonvulsivantes.

Ou seja, mesmo após o uso contínuo de pelo menos dois medicamentos adequados, as crises continuam ocorrendo, sem controle eficaz.

Essa condição provoca crises convulsivas frequentes, perda de consciência e sintomas neurológicos severos, o que pode gerar quedas, acidentes, desorientação e riscos constantes.

Com o tempo, esse quadro tende a afetar diretamente a vida profissional, escolar e social da pessoa, tornando difícil ou impossível manter uma rotina autônoma e produtiva.

Muitas vezes, a epilepsia refratária também está associada a comorbidades, como déficits cognitivos, distúrbios de comportamento, ansiedade e depressão, o que agrava ainda mais a situação.

Nesses casos, é comum que a pessoa precise de apoio contínuo e acompanhamento médico frequente, além de restrições para atividades cotidianas.

Quando a epilepsia é considerada incapacitante?

A epilepsia é considerada incapacitante quando as crises epilépticas impedem a pessoa de exercer atividades laborais com segurança, frequência ou autonomia.

Esse impedimento pode ser parcial, temporário ou total e permanente, dependendo da intensidade e da resposta ao tratamento.

No contexto do INSS, a incapacidade é avaliada com base em documentos médicos e perícia oficial, que analisam se a doença prejudica a capacidade de trabalho e a autonomia pessoal.

Em casos de epilepsia refratária, as crises constantes e imprevisíveis representam um alto grau de limitação funcional, especialmente quando afetam a memória, a coordenação motora ou o comportamento.

A legislação brasileira reconhece que impedimentos de longo prazo, superiores a dois anos, podem caracterizar deficiência, conforme previsto no artigo 20 da Lei nº 8.742/1993 (Lei Orgânica da Assistência Social).

Assim, quando a epilepsia compromete a vida independente e segura da pessoa, ela pode ser enquadrada como condição incapacitante para fins de benefício.

Epilepsia enquadra como PCD?

Sim, a epilepsia pode enquadrar como Pessoa com Deficiência (PCD), desde que haja um impedimento de longo prazo que afete a participação plena e efetiva da pessoa na sociedade.

Esse entendimento está previsto no artigo 2º da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.

A condição deve ser duradoura, e o impacto funcional deve ser significativo.

No caso da epilepsia refratária, as crises recorrentes, a necessidade de acompanhamento constante e o risco à integridade física podem configurar esses impedimentos.

Além disso, quando a doença interfere no aprendizado, na comunicação, na mobilidade ou nas relações sociais, a classificação como PCD é ainda mais evidente.

Portanto, o reconhecimento da epilepsia como deficiência depende da análise conjunta dos fatores clínicos e sociais, realizada por equipe multiprofissional e interinstitucional durante a avaliação do BPC LOAS.

Quais os direitos de um epiléptico?

A pessoa com epilepsia tem direito a uma série de garantias previstas na legislação brasileira, tanto na área da saúde quanto na assistência e previdência.

Esses direitos buscam garantir dignidade, inclusão e proteção social diante das limitações que a condição pode impor.

Entre os principais direitos estão:

Esses direitos são garantidos por leis federais, como a Constituição Federal, a LOAS, a Lei de Acessibilidade e a Lei Brasileira de Inclusão.

Quem tem epilepsia refratária tem direito a algum benefício?

Sim, quem tem epilepsia refratária pode ter direito a diversos benefícios, desde que atenda aos critérios legais de cada um.

A condição pode dar acesso a benefícios previdenciários, como o auxílio por incapacidade temporária e a aposentadoria por incapacidade permanente, caso haja qualidade de segurado e contribuição ao INSS.

Para quem não contribui ao INSS ou está em situação de vulnerabilidade social, é possível solicitar o BPC LOAS, um benefício assistencial que garante um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência que não possui meios próprios de subsistência.

O reconhecimento do direito dependerá da comprovação da deficiência, da condição socioeconômica e da incapacidade funcional, analisadas por avaliação médica e social.

Por isso, cada caso deve ser analisado de forma individualizada, com base em documentação médica detalhada e histórico social.

Qual tipo de epilepsia aposenta?

Nem toda epilepsia gera direito à aposentadoria, mas existem situações em que a condição, pela sua gravidade, pode justificar esse benefício.

Os tipos de aposentadoria mais comuns para pessoas com epilepsia são:

A aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez) é concedida quando a pessoa está definitivamente impedida de trabalhar, sem possibilidade de reabilitação para outra função.

A epilepsia refratária, com crises frequentes e severas, pode se enquadrar nesse caso, especialmente quando compromete habilidades cognitivas e motoras.

Já a aposentadoria da pessoa com deficiência pode ser aplicada a quem contribuiu ao INSS e tem a epilepsia como impedimento de longo prazo.

Nesse caso, o tempo mínimo de contribuição varia conforme o grau da deficiência: leve, moderada ou grave, conforme a Lei Complementar nº 142/2013.

O tipo de epilepsia que mais leva à aposentadoria é aquele de difícil controle, com crises recorrentes, ausência de resposta ao tratamento e impactos significativos na autonomia da pessoa, como é o caso da epilepsia refratária.

Qual o CID mais grave para epilepsia?

O CID mais grave para epilepsia costuma ser o CID G40.4 (epilepsia parcial complexa) ou o CID G40.5 (epilepsia especial não especificada), ambos pertencentes à Classificação Internacional de Doenças, versão 10 (CID-10).

Esses códigos são usados quando a epilepsia apresenta características graves, resistência aos medicamentos e impacto funcional severo.

Em alguns casos, também pode ser utilizado o CID G40.9 (epilepsia não especificada), quando o tipo exato ainda não está claramente diagnosticado, mas os sintomas indicam alta gravidade.

Vale destacar que o código CID, por si só, não garante o direito ao benefício. Ele é apenas uma parte do conjunto de provas, que inclui laudos, exames e histórico clínico.

Quem tem epilepsia refratária pode solicitar o BPC LOAS?

Sim, a pessoa com epilepsia refratária pode solicitar o BPC LOAS, desde que atenda aos requisitos legais estabelecidos pela Lei nº 8.742/1993.

Esse benefício é voltado para pessoas com deficiência de longo prazo que vivem em situação de vulnerabilidade social, ou seja, que não conseguem se sustentar e cuja renda familiar per capita é inferior a 1/4 do salário mínimo.

A epilepsia refratária, por sua gravidade, pode ser considerada deficiência, especialmente quando causa restrição permanente à vida independente ou à capacidade de inserção no mercado de trabalho.

Para tanto, o INSS exige avaliação médica e social, além de comprovação de inscrição no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

A solicitação pode ser feita diretamente no portal Meu INSS, mas é importante preparar a documentação com atenção e, em muitos casos, contar com orientação especializada para evitar erros que levem ao indeferimento.

Como conseguir o BPC LOAS por epilepsia refratária?

Para conseguir o BPC LOAS por epilepsia refratária, é necessário cumprir requisitos objetivos e comprovar a condição de deficiência e vulnerabilidade social.

O processo começa com a inscrição no CadÚnico, que deve estar atualizada. Em seguida, o pedido é feito no site ou aplicativo Meu INSS.

A documentação essencial inclui:

Durante o processo, o INSS agendará duas avaliações obrigatórias: uma médica, para verificar a deficiência, e outra social, para analisar o contexto familiar e financeiro.

É nessa fase que muitos pedidos são negados por falta de provas suficientes ou inconsistências nos documentos.

Por isso, agir com planejamento, orientação e agilidade é essencial para garantir o direito e evitar prejuízos prolongados.

Em caso de negativa, é possível recorrer administrativamente ou ingressar com ação judicial.

Preciso de advogado para pedir BPC LOAS para epilepsia refratária?

O pedido do BPC LOAS pode ser feito sem advogado, mas ter apoio jurídico especializado é altamente recomendável, especialmente em casos mais complexos, como o da epilepsia refratária.

Muitos pedidos são indeferidos por motivos formais: documentação incompleta, ausência de vínculos no CadÚnico, laudos genéricos ou falta de comprovação da vulnerabilidade.

Um advogado pode ajudar a organizar todos esses documentos, identificar pontos críticos e, se necessário, entrar com uma ação judicial para garantir o benefício, com base em jurisprudência atualizada e provas técnicas consistentes.

Além disso, o prazo para questionar indeferimentos é curto, e cada dia de atraso pode significar mais tempo sem o benefício.

Ter um profissional acompanhando desde o início pode evitar idas e vindas, reduzindo erros e acelerando o processo.

Se você chegou até aqui, é porque sabe que epilepsia não se resume a um diagnóstico.

Ela impacta a vida em todos os sentidos, e o reconhecimento dos seus direitos pode ser decisivo.

Quem é epilético refratário tem direito ao BPC LOAS quando enfrenta barreiras reais para viver com dignidade e segurança.

Se você ou um familiar enfrenta esse desafio, não espere o problema se agravar.

Busque orientação jurídica especializada e garanta que seus direitos sejam respeitados com segurança e responsabilidade.

Um recado final para você!

imagem representando advogado para esbulho

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica especializada.

Sabemos que o tema “Quem tem epilepsia refratária tem direito ao BPC LOAS?” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista. O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

5/5 - (1 voto)

Autor

  • rafa menor

    •Advogada Especialista em Diversas áreas do Direito. Pós-graduada em Direitos Fundamentais e Justiça pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Possui formação em Liderança pela Conquer Business School. Atualmente é coordenadora da equipe jurídica do VLV Advogados.

    Ver todos os posts
Olá, tudo bem?
Fale conosco no WhatsApp! Rápido e seguro.
Fale Conosco

VLV Advogados

Online

Olá! Estou aqui para ajudar. Por favor, informe seu WhatsApp, sua profissão e compartilhe um pouco sobre sua situação para que possamos começar a ajudá-lo imediatamente!

VLV Advogados

Online

Olá! Estou aqui para ajudar. Por favor, informe seu WhatsApp, sua profissão e compartilhe um pouco sobre sua situação para que possamos começar a ajudá-lo imediatamente!

VLV Advogados

Online

Olá! Estou aqui para ajudar. Por favor, informe seu WhatsApp, sua profissão e compartilhe um pouco sobre sua situação para que possamos começar a ajudá-lo imediatamente!

VLV Advogados

Online

Olá! Estou aqui para ajudar. Por favor, informe seu WhatsApp, sua profissão e compartilhe um pouco sobre sua situação para que possamos começar a ajudá-lo imediatamente!