Fazer BO ou procurar um advogado? Como proceder?
Quando algo dá errado — uma ameaça, um golpe financeiro, uma agressão, um acidente ou um conflito que foge do controle.
A primeira dúvida costuma surgir na hora: fazer BO ou procurar um advogado?
Entender a diferença evita perda de tempo e protege seus direitos.
O Boletim de Ocorrência é o registro oficial do fato e pode acionar a polícia e a investigação; já o advogado orienta sobre quais provas reunir.
Quais medidas urgentes pedir (como liminar, medida protetiva ou bloqueio de valores) e como não se prejudicar com um relato incompleto.
Em muitos casos, não é “um ou outro”: é BO e orientação jurídica, na ordem certa e com os documentos certos.
Nos próximos tópicos, você vai ver quando ir direto à delegacia, quando priorizar o contato com um profissional.
Como reunir evidências sem se expor e quais passos práticos seguir para transformar a sua denúncia em proteção real.
Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O BO é suficiente para resolver um problema jurídico?
- É preciso fazer um BO antes de procurar um advogado?
- Preciso de um advogado para fazer um boletim de ocorrência?
- Em quais situações devo procurar um advogado antes de fazer BO?
- Em quais situações devo fazer um BO, sem precisar de um advogado?
- Um recado final para você!
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O BO é suficiente para resolver um problema jurídico?
Não. O BO, sozinho, raramente resolve o problema jurídico.
Ele é o ponto de partida: documenta oficialmente o que aconteceu, ajuda a acionar a polícia e cria uma trilha de provas.
Mas resolver — isto é, conseguir medida protetiva, indenização, bloqueio de valores, retirada de conteúdo, reparação de dano ou condenação do agressor.
Depende de passos jurídicos adicionais que o boletim, por si só, não entrega.
Em situações penais, o BO pode abrir investigação ou termo circunstanciado, porém pedidos urgentes (como medida protetiva na violência doméstica ou busca e apreensão) exigem provocação ao Judiciário.
Em questões cíveis e de consumo (golpe, calote, acidente de trânsito, conteúdo difamatório), o BO reforça a prova.
Mas a solução costuma vir com notificação formal, acordo bem estruturado ou ação judicial — é isso que efetivamente faz o dinheiro voltar, o dano ser reparado ou o risco cessar.
Se você está vivendo algo agora, pense em proteção e estratégia: registre o BO quando houver crime, guarde evidências (prints, contratos, laudos, fotos).
Evite negociar sozinho e fale com um advogado para definir o caminho mais rápido e seguro.
Tempo importa — há prazos curtos em vários casos — e a escolha certa nas primeiras 24–48 horas costuma mudar o desfecho.
É preciso fazer um BO antes de procurar um advogado?
Não existe uma regra que obrigue você a fazer um Boletim de Ocorrência antes de procurar um advogado.
Em muitos casos, o ideal é até falar primeiro com o advogado, para que ele oriente sobre quais informações colocar no BO, quais provas anexar e como registrar os fatos sem se prejudicar.
Isso porque, uma vez feito, o boletim vira um documento oficial, e erros ou omissões podem dificultar a defesa ou o pedido de medidas urgentes depois.
Por outro lado, se você está diante de uma situação clara de crime — como violência, ameaça, roubo, fraude — e precisa de registro imediato, pode fazer o BO e, em seguida, buscar o advogado para definir as próximas etapas.
Em resumo, o advogado não substitui o BO, e o BO não substitui o advogado: cada um cumpre um papel.
Mas contar com orientação jurídica logo no início aumenta muito as chances de agir rápido, certo e com segurança.
Preciso de um advogado para fazer um boletim de ocorrência?
Não, a lei não exige que você tenha um advogado para registrar um Boletim de Ocorrência.
Qualquer pessoa pode ir até a delegacia ou acessar a plataforma online da Polícia Civil e fazer o registro gratuitamente.
O objetivo do BO é documentar oficialmente o que aconteceu e permitir que a polícia inicie a investigação.
Mas, embora não seja obrigatório, consultar um advogado antes ou logo depois de fazer o BO pode ser estratégico.
Ele pode orientar sobre como descrever os fatos sem deixar lacunas, quais provas já apresentar e quais informações evitar para não se prejudicar.
Além disso, o advogado consegue traçar um plano de ação para transformar o registro em medidas concretas — como pedidos de proteção, indenização ou bloqueio de bens.
Ou seja: você pode fazer o BO sozinho, mas ter um advogado desde o início aumenta a segurança e a efetividade do seu caso.
Em quais situações devo procurar um advogado antes de fazer BO?
Você deve considerar procurar um advogado antes de fazer o Boletim de Ocorrência quando a forma como o fato será relatado pode influenciar diretamente o sucesso do seu caso ou quando existe risco de exposição desnecessária.
Alguns exemplos claros:
⮕ Conflitos que podem gerar processo contra você: em brigas de vizinhos, desentendimentos familiares.
Discussões no trabalho ou acidentes de trânsito, o modo como o BO é redigido pode evitar que você seja apontado como culpado.
⮕ Crimes que envolvem provas complexas: estelionato, golpes virtuais, crimes digitais ou financeiros, onde é preciso indicar corretamente os documentos, prints, áudios ou vídeos para reforçar a investigação.
⮕ Situações que exigem medidas urgentes: violência doméstica, ameaça, perseguição, divulgação de imagens íntimas, casos em que o advogado já pode pedir medida protetiva ou ação cautelar logo após o registro.
⮕ Casos com repercussão trabalhista, cível ou empresarial: acidentes de trabalho, danos à empresa, uso indevido de marca ou propriedade intelectual — onde o BO será apenas uma parte de uma estratégia jurídica mais ampla.
⮕ Quando há dúvida sobre como relatar os fatos: o advogado ajuda a evitar contradições, omissões ou termos que enfraqueçam sua versão.
Em todos esses cenários, o BO continua sendo importante.
Mas ter a orientação de um advogado antes de registrá-lo garante que ele já nasça forte como prova e seja usado estrategicamente para proteger seus direitos e evitar prejuízos.
Em quais situações devo fazer um BO, sem precisar de um advogado?
Você pode fazer um Boletim de Ocorrência sem precisar de um advogado quando a situação é simples, clara e sem risco de interpretação contra você.
Nessas circunstâncias, o BO serve basicamente para registrar o fato e gerar um número de protocolo, sem exigir uma estratégia jurídica complexa.
Alguns exemplos:
- Perda ou extravio de documentos: como RG, CPF, CNH, título de eleitor, passaporte.
- Roubo ou furto evidente: quando você foi vítima e não há dúvida sobre quem é a parte lesada.
- Acidentes de trânsito simples: sem feridos e com entendimento entre as partes para acionar seguro.
- Achado de documentos ou objetos: registrar para entregar à polícia.
- Danos causados por terceiros identificados: como vidraça quebrada por bola ou risco em carro estacionado.
- Desaparecimento de pessoas ou animais: para acionar as buscas formais.
Nessas situações, o BO é mais informativo do que estratégico, e você pode registrá-lo pessoalmente na delegacia ou pela internet, sem custo e sem obrigatoriedade de advogado.
No entanto, se durante o processo você perceber que o caso pode gerar disputa, investigação mais complexa ou necessidade de indenização, é recomendável procurar um advogado para orientar os próximos passos.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui!
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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