PerÃcia médica do INSS para pessoas com HIV/AIDS
Quem vive com HIV/AIDS agora tem mais proteção nas perÃcias do INSS. Com a nova Lei nº 15.157/2025, a presença de um médico infectologista nas avaliações passou a ser obrigatória.
Receber o diagnóstico de HIV/AIDS é um momento delicado, que muda a forma como a pessoa enxerga a própria saúde, o futuro e até o trabalho.
Além do impacto emocional, surgem dúvidas práticas: será que terei direito a algum benefÃcio do INSS?
Vou conseguir passar pela perÃcia médica? Essa preocupação é comum — e totalmente compreensÃvel.
A boa notÃcia é que o INSS reconhece que, em determinados casos, a pessoa vivendo com HIV pode sim ter direito a auxÃlio-doença, aposentadoria por invalidez ou até ao BPC/LOAS.
Desde que fique comprovada a incapacidade para o trabalho ou a condição de vulnerabilidade.
A perÃcia médica é a porta de entrada para esses direitos.
Mas para garantir o reconhecimento, é preciso entender como ela funciona, o que o perito avalia e quais documentos são essenciais.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples e acessÃvel tudo o que você precisa saber sobre a perÃcia médica do INSS para pessoas com HIV/AIDS.
Porque quando a saúde fragiliza, a informação se torna um dos maiores aliados para garantir dignidade, amparo e segurança.
Sabemos que questões jurÃdicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- Por que existe perÃcia médica para quem tem HIV/AIDS?
- Como funciona a perÃcia do INSS para pessoas com HIV/AIDS?
- O que a Lei nº 15.157/25 mudou na perÃcia de pessoas com HIV/AIDS?
- Qual o papel do infectologista na perÃcia do INSS em caso de HIV/AIDS?
- Quais documentos levar na perÃcia do INSS para benefÃcio por HIV/AIDS?
- Como garantir que a perÃcia médica de pessoas com HIV/AIDS seja justa?
- Um recado final para você!
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Por que existe perÃcia médica para quem tem HIV/AIDS?
A perÃcia médica para pessoas com HIV/AIDS existe porque, no INSS, os benefÃcios por incapacidade não são concedidos apenas com base no diagnóstico da doença, mas sim na avaliação da capacidade funcional da pessoa para o trabalho.
Ou seja, o simples fato de viver com HIV não garante automaticamente o direito ao auxÃlio-doença, aposentadoria por invalidez ou BPC.
É necessário comprovar que a condição está afetando a saúde de forma significativa, a ponto de impedir o exercÃcio de atividades profissionais ou tornar a pessoa dependente de terceiros.
A função da perÃcia é justamente essa: avaliar, com base nos documentos médicos e na entrevista presencial, se o HIV/AIDS.
Naquele caso especÃfico, está causando quadros clÃnicos como infecções recorrentes, perda de peso severa, comprometimento imunológico grave ou efeitos colaterais de medicamentos que limitem a capacidade de trabalhar.
Cada pessoa vive o HIV de forma diferente, e a perÃcia serve para analisar essa realidade de forma individualizada.
Por isso, é tão importante comparecer à perÃcia com laudos médicos completos, exames atualizados e informações claras sobre os sintomas e impactos da doença no dia a dia.
Ainda que o HIV seja uma condição crônica, muitas vezes controlada com tratamento, há situações em que ele gera limitações reais — e é nesse ponto que o INSS precisa agir com responsabilidade e sensibilidade.
A perÃcia não deve ser vista como um obstáculo, mas como a chave para garantir o direito à proteção social quando mais se precisa.
Como funciona a perÃcia do INSS para pessoas com HIV/AIDS?
A perÃcia do INSS para pessoas com HIV/AIDS funciona como uma avaliação presencial feita por um perito médico do INSS.
Com o objetivo de verificar se a condição de saúde está afetando a capacidade de trabalho ou de vida independente da pessoa.
Ao contrário do que muitos pensam, o fato de ter o vÃrus HIV não garante automaticamente o direito a benefÃcios como auxÃlio-doença, aposentadoria por invalidez ou BPC/LOAS.
Por isso, essa etapa é decisiva — é nela que o INSS vai analisar se há incapacidade temporária ou permanente, com base em documentos médicos, exames e no relato do paciente.
Durante a perÃcia, o perito irá:
- Analisar os laudos médicos apresentados;
- Verificar se há comprometimento imunológico severo ou outras condições associadas que limitem o exercÃcio de atividades profissionais;
- Avaliar o relato pessoal da pessoa, entendendo como o HIV/AIDS impacta na rotina, no trabalho e na qualidade de vida;
- Em alguns casos, o perito pode sugerir reavaliações periódicas ou encaminhar para benefÃcio por tempo determinado.
Se o perito considerar que a doença compromete a capacidade laboral de forma total e definitiva, poderá indicar a aposentadoria por invalidez.
Se entender que a incapacidade é temporária, o encaminhamento será para o auxÃlio-doença.
Já nos casos de vulnerabilidade social combinada com limitações graves, pode haver encaminhamento para o BPC/LOAS.
Mesmo sendo uma doença com forte proteção legal, o INSS trata cada caso individualmente, e muitas vezes nega o benefÃcio por falta de documentação adequada ou por laudos genéricos.
Por isso, preparar-se bem para a perÃcia, com apoio médico e jurÃdico, é fundamental para garantir que a avaliação seja justa e o direito seja reconhecido.
O que a Lei nº 15.157/25 mudou na perÃcia de pessoas com HIV/AIDS?
A Lei nº 15.157/2025, sancionada no estado de São Paulo, trouxe uma mudança importante e muito humanizada.
Na forma como é feita a perÃcia médica em pessoas vivendo com HIV/AIDS, especialmente aquelas que estão em situação de vulnerabilidade.
A principal mudança é que pessoas com HIV/AIDS não poderão mais ser obrigadas a passar por perÃcias presenciais repetidas e frequentes quando estiverem solicitando benefÃcios assistenciais ou previdenciários.
Como o BPC/LOAS ou aposentadoria por invalidez, desde que já tenham laudos médicos conclusivos que comprovem a gravidade da condição.
Isso significa que, com laudo médico detalhado e fundamentado, o cidadão poderá ser dispensado de novas perÃcias presenciais — evitando o desgaste fÃsico, emocional e burocrático que essa etapa costuma gerar.
O objetivo da lei é reduzir a exposição desnecessária dessas pessoas, reconhecendo que viver com HIV/AIDS, em muitos casos, envolve um contexto de fragilidade de saúde e discriminação social.
Além disso, a norma reafirma o princÃpio da dignidade da pessoa humana e a necessidade de o poder público garantir atendimento mais sensÃvel e respeitoso à s pessoas que vivem com o vÃrus.
Ainda que a lei seja estadual (válida para serviços públicos do estado de São Paulo), ela representa um avanço importante e pode servir de base para ações judiciais ou polÃticas públicas em outras regiões.
Em resumo, a Lei nº 15.157/25 desburocratiza e humaniza o processo de concessão de benefÃcios para pessoas com HIV/AIDS.
Dispensando perÃcias desnecessárias quando a incapacidade já está comprovada por documentos médicos confiáveis.
E isso pode significar mais agilidade, menos sofrimento e um acesso mais justo aos direitos sociais e previdenciários.
Qual o papel do infectologista na perÃcia do INSS em caso de HIV/AIDS?
O papel do infectologista na perÃcia do INSS em casos de HIV/AIDS é fundamental — mesmo que ele não participe diretamente da perÃcia médica oficial.
É por meio dele que se produz a documentação técnica necessária para comprovar que a pessoa está incapacitada para o trabalho ou se encontra em condição de vulnerabilidade.
Que justifique o acesso a benefÃcios como auxÃlio-doença, aposentadoria por invalidez ou BPC/LOAS.
O infectologista é o médico especialista no tratamento do HIV/AIDS e, por isso, é quem tem a autoridade técnica para descrever em laudo:
- O estágio da infecção;
- A presença de doenças oportunistas ou infecções recorrentes;
- O impacto dos efeitos colaterais dos medicamentos (como fadiga extrema, distúrbios neurológicos, diarreias crônicas);
- O grau de comprometimento do sistema imunológico (como carga viral e contagem de CD4);
- E, principalmente, se a pessoa está temporária ou permanentemente incapacitada para o trabalho.
Esse laudo, se bem feito, serve como base técnica para o perito do INSS, que vai avaliar se há ou não incapacidade para fins de concessão do benefÃcio.Â
Quanto mais detalhado, claro e fundamentado estiver esse documento, maiores são as chances de o perito reconhecer o direito do paciente sem necessidade de novos exames ou discussões extensas.
Por isso, antes da perÃcia, é essencial conversar com o infectologista e pedir um laudo personalizado.
Que não apenas diga que a pessoa tem HIV, mas que explique como a condição afeta sua saúde, sua rotina e sua capacidade de trabalhar.
Esse cuidado simples pode ser decisivo para garantir um benefÃcio justo e evitar a negativa do INSS.
Quais documentos levar na perÃcia do INSS para benefÃcio por HIV/AIDS?
Na perÃcia do INSS para benefÃcio por HIV/AIDS, levar a documentação certa faz toda a diferença entre ter o pedido aprovado ou negado.
O foco principal da perÃcia é avaliar se a condição de saúde realmente impede a pessoa de trabalhar ou viver com autonomia, seja de forma temporária ou permanente.
Por isso, é essencial apresentar provas claras, atualizadas e bem organizadas, que mostrem os impactos do HIV na saúde e na rotina.
Veja os principais documentos que você deve levar:
⮕ Documento de identidade com foto e CPF
⮕ Laudo médico do infectologista – Deve estar atualizado e conter:
- Diagnóstico completo, com o CID B24 (ou outros, conforme o caso);
- Estágio da doença (carga viral, CD4);
- Complicações clÃnicas ou presença de doenças oportunistas;
- Tratamentos realizados e medicamentos em uso;
- Descrição das limitações funcionais e, se possÃvel, a indicação da incapacidade para o trabalho.
⮕ Exames laboratoriais e de imagem
⮕ Relatórios de outros especialistas
⮕ Receitas médicas e prontuários de internações
⮕ Comprovantes de afastamentos anteriores
Esses documentos ajudam o perito a entender o quadro de forma técnica e objetiva, sem depender apenas da entrevista durante a perÃcia.
Lembre-se: não basta comprovar que tem HIV/AIDS — é preciso mostrar que a doença está impactando sua capacidade de trabalho ou sua autonomia de forma real.
Por isso, capriche nos laudos e, se possÃvel, conte com a orientação de um advogado para organizar toda essa documentação.
Isso aumenta muito as chances de um resultado favorável, sem a necessidade de recorrer ou judicializar o processo.
Como garantir que a perÃcia médica de pessoas com HIV/AIDS seja justa?
Para garantir que a perÃcia médica de pessoas com HIV/AIDS seja justa, é fundamental chegar bem preparado, com laudos médicos atualizados, detalhados e especÃficos, especialmente do infectologista que acompanha o caso.
Esses laudos devem descrever claramente o diagnóstico (com CID), os sintomas enfrentados, os efeitos colaterais dos medicamentos, possÃveis doenças oportunistas.
E, principalmente, o impacto da condição na capacidade de trabalho e na rotina diária. Também é importante apresentar exames laboratoriais (como carga viral e CD4), receitas, prontuários e relatórios de outros especialistas, se houver comorbidades.
Além disso, durante a perÃcia, é essencial relatar com clareza as dificuldades enfrentadas, evitando minimizar os sintomas ou agir como se estivesse bem.
O perito avalia tanto a documentação quanto a postura do segurado.
Caso haja negativa, é possÃvel recorrer ou entrar na Justiça, onde há nova avaliação por perito judicial.
Por isso, o apoio de um advogado previdenciário pode ser decisivo para garantir que a análise seja técnica, imparcial e respeitosa com a dignidade da pessoa vivendo com HIV/AIDS.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise especÃfica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.
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