O peso de criar um filho sem receber pensão
Criar um filho sem receber pensão é um peso que ultrapassa o financeiro: mexe com a rotina, com a saúde emocional e com a própria segurança da famÃlia. Entender seus direitos é o primeiro passo para aliviar essa carga
Criar um filho sem receber pensão alimentÃcia significa assumir sozinho responsabilidades que deveriam ser compartilhadas.
Você cuida da alimentação, educação, saúde, moradia e bem-estar, ao mesmo tempo em que enfrenta dificuldades financeiras e emocionais.
A legislação brasileira reconhece esse desafio e oferece mecanismos para proteger a criança e responsabilizar o genitor que não contribui.
Entender esses caminhos é essencial para agir com segurança e rapidez.
Sabemos que questões jurÃdicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!
Desse modo, pensando em te ajudar, preparamos este artigo no qual você aprenderá:
- O que a lei diz sobre a pensão quando o outro responsável não paga?
- Quando posso pedir a pensão oficialmente na Justiça?
- Como funciona o cálculo da pensão para garantir as necessidades da criança?
- O que fazer se a pensão atrasar ou não for paga?
- A falta de pensão pode gerar prisão do responsável?
- Como um advogado pode ajudar a regularizar a pensão e proteger a famÃlia?
- Um recado final para você!
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O que a lei diz sobre a pensão quando o outro responsável não paga?
A lei estabelece que ambos os pais têm o dever de sustentar os filhos, conforme os arts. 1.694 a 1.710 do Código Civil.
Isso significa que, mesmo que a convivência tenha terminado ou que nunca tenha existido uma relação estável entre os genitores, a criança continua tendo direito ao que é necessário para seu desenvolvimento.
Quando o responsável não paga, ele descumpre uma obrigação legal e pode ser cobrado judicialmente.
A pensão inclui mais do que alimentação. Abrange gastos com educação, saúde, roupas, transporte, moradia e outras despesas essenciais.
Se você arca sozinho com tudo, o desequilÃbrio financeiro cresce e a qualidade de vida da criança é diretamente afetada.
Por isso, a lei permite que você cobre esse valor por meio de ação própria, garantindo um mÃnimo de segurança.
Exemplo prático: se você paga escola, transporte e alimentação do seu filho sem ajuda, essa divisão injusta é reconhecida pela Justiça.
A pensão existe justamente para corrigir essa desigualdade e garantir que o dever seja compartilhado.
Assim, a falta de pagamento não é apenas uma falha moral; é um descumprimento legal que autoriza medidas de cobrança imediata.
Quando posso pedir a pensão oficialmente na Justiça?
Você pode pedir a pensão oficialmente na Justiça sempre que a criança necessitar de auxÃlio financeiro e o outro genitor não contribuir de forma voluntária. Isso vale tanto quando o pai nunca ajudou quanto quando ajudava e parou.
A ação de alimentos pode ser ingressada desde o nascimento da criança, independentemente do estado civil dos pais.
A lei não exige tentativa prévia de acordo informal. Se o pagamento não acontece de forma regular, você pode solicitar a intervenção judicial para fixar um valor mensal.
Se a paternidade ainda não estiver reconhecida no registro civil, é possÃvel solicitar simultaneamente o reconhecimento de paternidade e a pensão, garantindo proteção integral.
Outro ponto importante: casos urgentes permitem pedido de alimentos provisórios, que são valores fixados logo no inÃcio da ação, com base no art. 4º da Lei 5.478/68.
Assim, você não precisa esperar o processo terminar para começar a receber. Quanto antes o pedido for feito, menores os prejuÃzos acumulados para a criança.
Como funciona o cálculo da pensão para garantir as necessidades da criança?
O cálculo da pensão não segue porcentagem fixa na lei. O juiz analisa três critérios centrais: necessidade, possibilidade e proporcionalidade.
Essas bases estão previstas no art. 1.694, §1º do Código Civil e orientam todos os julgamentos sobre alimentos.
A necessidade considera os custos reais da criança, como alimentação, moradia, transporte, material escolar, remédios e planos de saúde.
A possibilidade avalia quanto o responsável pode pagar sem comprometer a própria subsistência. Já a proporcionalidade equilibra essas duas variáveis para chegar a um valor justo.
Para facilitar a compreensão, pense na seguinte situação: seu filho estuda em escola particular porque não havia vaga na rede pública, faz acompanhamento médico recorrente e participa de atividades extracurriculares.
Esses gastos compõem a necessidade. O juiz analisará a renda do outro genitor, seus demais dependentes, despesas básicas e padrão de vida.
A partir daÃ, define um valor que permita atender a criança sem inviabilizar o orçamento do pagador.
Alguns tribunais utilizam percentuais como referência prática, como 20% a 30% da renda lÃquida, mas isso não é regra geral.
Cada caso é único. Por isso, apresentar documentos e comprovantes ajuda o juiz a entender a realidade da famÃlia.
O que fazer se a pensão atrasar ou não for paga?
Quando a pensão está fixada judicialmente e o pagamento não ocorre, você deve entrar com a execução de alimentos.
O art. 528 do Código de Processo Civil prevê que o devedor é intimado a pagar as parcelas em atraso em até três dias. Se não pagar e não justificar, o juiz pode aplicar medidas coercitivas.
Entre as principais medidas legais estão:
▸Prisão civil do devedor, válida para as três últimas parcelas e as que vencerem no curso do processo.
â–¸Penhora de bens, como veÃculos, imóveis ou aplicações financeiras.
▸Bloqueio de contas bancárias e valores existentes via sistema BacenJud/SisbaJud.
â–¸Desconto em folha de pagamento, quando o devedor tem emprego formal.
▸Inclusão em cadastros de inadimplentes, dependendo da decisão judicial.
Se você já tentou conversas ou combinados informais e nada funcionou, a execução é o meio adequado para garantir o direito da criança.
Quanto mais tempo passa sem agir, maior se torna a dÃvida e mais difÃcil pode ser o recebimento.
A urgência existe porque a criança precisa de sustento imediato; cada mês sem pagamento representa um impacto direto em alimentação, saúde e educação.
A falta de pensão pode gerar prisão do responsável?
Sim, a falta de pagamento pode gerar prisão civil. Essa previsão está no art. 528, §3º do Código de Processo Civil, que estabelece detenção de 1 a 3 meses para quem deixa de pagar alimentos sem justificativa.
A prisão é uma medida excepcional, aplicada para pressionar o devedor a cumprir a obrigação. Ela não quita a dÃvida, mas aumenta a chance de pagamento rápido.
É importante entender que a prisão vale para os débitos recentes, geralmente as três últimas parcelas. Para débitos antigos, utiliza-se o rito da penhora.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reforça que a prisão deve ser fundamentada e usada apenas quando outras medidas não forem suficientes.
Exemplo realista: se o genitor simplesmente deixa de pagar por escolha própria, mesmo tendo condições financeiras, a prisão pode ser decretada.
Mas se ele comprova desemprego ou doença grave, o juiz pode avaliar soluções alternativas, como revisão do valor.
Em qualquer cenário, a pensão não desaparece; a dÃvida continua existindo até ser paga.
A prisão civil mostra que a lei vê a pensão como direito fundamental da criança, ligado à dignidade e à sobrevivência. Por isso, o ordenamento jurÃdico trata o descumprimento com tanta seriedade.
Como um advogado pode ajudar a regularizar a pensão e proteger a famÃlia?
Um advogado exerce papel fundamental na regularização da pensão e na proteção da criança.
É ele quem identifica a melhor estratégia jurÃdica, prepara os documentos, analisa sua situação financeira e orienta sobre o que é viável no seu caso.
A atuação técnica evita erros comuns e aumenta a segurança.
Entre as principais formas de atuação estão:
▸Ingressar com a ação de alimentos, pedindo pensão provisória para garantir recebimento imediato.
▸Requerer o reconhecimento de paternidade, quando necessário.
▸Propor a execução de alimentos nos casos de atraso ou inadimplência.
â–¸Solicitar medidas urgentes, como bloqueio de valores ou desconto em folha.
▸Avaliar se cabe pedido de prisão civil, penhora ou revisão do valor da pensão.
Além disso, o advogado acompanha cada passo do processo, mantendo você informada e garantindo que os direitos da criança sejam preservados.
Muitas pessoas tentam agir sozinhas e enfrentam atrasos ou indeferimentos por falta de orientação. A consulta jurÃdica permite agir rapidamente e evitar que a dÃvida cresça ao ponto de comprometer o sustento familiar.
Se você não tem condições financeiras, pode buscar atendimento na Defensoria Pública, que oferece assistência gratuita conforme critérios de renda.
O importante é não ignorar o problema: quanto mais cedo você procurar ajuda, maiores as chances de resolver a situação com eficácia.
Um recado final para você!
Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise especÃfica de acordo com as circunstâncias de cada caso.
Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.
O suporte jurÃdico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura. Clique aqui!
Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia
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