Liberdade provisória ocorre em audiência de instrução?

Apesar de ser um dos últimos momentos do processo, ainda é possível fazer o pedido de liberdade provisória na audiência de instrução. Saiba quais as possibilidades de ser solto neste momento!

Pedido de Liberdade Provisória pode pedir em audiência de instrução

Pedido de liberdade provisória pode ser solicitada em audiência de instrução

O pedido de liberdade provisória é um tema recorrente no direito penal brasileiro, especialmente em situações nas quais um acusado aguarda a decisão judicial durante o processo.

Este recurso visa assegurar que a pessoa possa responder ao processo em liberdade, caso não haja motivos suficientes para mantê-la presa preventivamente.

A audiência de instrução, por sua vez, desempenha um papel essencial nesse contexto, sendo o momento no qual a defesa pode reforçar seus argumentos para a concessão da liberdade provisória.

A seguir, abordaremos em detalhes os aspectos mais importantes sobre a liberdade provisória, a relação com a audiência de instrução, e o que considerar ao realizar esse pedido.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: https://forms.gle/GmG5qjiVa2tpoejf7.

Audiência de instrução: o que é?

A audiência de instrução é muito confundida com um dos primeiros procedimentos após a prisão de uma pessoa: a audiência de custódia.

No entanto, essas duas reuniões são completamente diferentes.

Assim, a audiência de custódia ocorre logo após a prisão em flagrante, para analisar a legalidade ou não da prisão, sem discutir ou analisar os fatos.

A audiência de instrução, por outro lado, acontece nas últimas fases do processo.

Desse modo, a audiência de instrução serve, justamente, para analisar provas, ouvir as testemunhas e determinar se o réu é inocente ou culpado.

O que é liberdade provisória?

Liberdade provisória é uma medida cautelar que permite ao acusado responder ao processo em liberdade, desde que preenchidos certos requisitos legais.

Essa medida busca equilibrar o direito à liberdade do indivíduo com a necessidade de garantir a ordem pública e o regular andamento do processo penal.

A liberdade provisória pode ser concedida com ou sem a exigência de fiança, dependendo da gravidade do delito e da situação econômica do acusado.

Quando há a concessão sem fiança, normalmente é porque o juiz entendeu que o acusado não representa um risco à ordem pública ou ao andamento das investigações.

A concessão da liberdade provisória não significa o fim do processo penal, mas sim que, até o julgamento, o acusado terá a chance de se defender em liberdade.

A decisão é tomada com base na análise das condições do caso, como a gravidade do crime, os antecedentes do réu, e a possibilidade de que ele possa comprometer a coleta de provas.

Portanto, essa medida é uma forma de assegurar que a privação da liberdade ocorra apenas quando realmente necessária e justificada, em conformidade com o princípio da presunção de inocência garantido pela Constituição Federal.

O réu pode ser solto na audiência de instrução?

Sim, o réu pode ser solto durante a audiência de instrução e julgamento, que ocorre após a audiência de custódia e quando são ouvidas as testemunhas e o próprio réu.

Se durante a instrução o juiz verificar que a prisão preventiva não é mais necessária, ele pode conceder liberdade provisória.

Isso ocorre, por exemplo, quando novas provas indicam que o réu não representa perigo à ordem pública, que colaborou com o processo ou que não há risco de fuga.

Nesses casos, a liberdade provisória pode ser condicionada ao cumprimento de medidas cautelares para assegurar o processo, como o comparecimento periódico em juízo.

Quando é cabível o pedido de liberdade provisória?

A solicitação da liberdade provisória pode ser feita desde o momento em que o acusado é preso em flagrante até as etapas subsequentes do processo, como a audiência de instrução.

O pedido pode ser apresentado sempre que não estejam presentes os requisitos que justificam a manutenção da prisão preventiva, como a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal, ou a necessidade de assegurar a aplicação da lei penal.

A audiência de instrução, em particular, é um momento estratégico para a apresentação desse pedido.

Nesse estágio, as provas são colhidas e testemunhas são ouvidas, permitindo à defesa argumentar que a liberdade do acusado não prejudicaria o andamento do processo.

Por exemplo, pode-se sustentar que o réu tem residência fixa, emprego, e que não pretende fugir ou obstruir a investigação.

Também é possível argumentar que o período de detenção já foi suficiente para garantir os objetivos da prisão preventiva, como a preservação de provas.

A audiência, portanto, é um momento fundamental para a defesa buscar a liberdade provisória de forma assertiva e embasada.

É fundamental que o pedido seja bem fundamentado e apresente argumentos robustos, demonstrando ao juiz que a manutenção da prisão preventiva não é mais necessária.

Mesmo em crimes inafiançáveis, como tráfico de drogas e crimes hediondos, é possível solicitar a liberdade provisória, mas sem fiança, caso o juiz considere que o réu não comprometerá a investigação e poderá cumprir medidas alternativas, conforme a Constituição e o entendimento recente do STF.

Como acontece a audiência para pedido de liberdade provisória?

A audiência de instrução é uma etapa central no processo penal, onde são produzidas as provas orais e onde as partes podem expor suas teses de forma mais detalhada.

Durante essa audiência, o juiz ouve depoimentos de testemunhas de acusação e defesa, interroga o réu e analisa os elementos que fundamentam tanto a acusação quanto a defesa.

É também um momento crucial para a defesa reforçar o pedido de liberdade provisória.

Na prática, a audiência de instrução permite que a defesa argumente diretamente perante o juiz sobre as condições do acusado e a falta de motivos para a manutenção da prisão.

A defesa pode apresentar elementos que demonstrem que o réu não oferece riscos à sociedade ou que a prisão já cumpriu seu papel de garantir a coleta de provas sem interferências.

A condução do processo nesse estágio pode ser decisiva para que o juiz reavalie a necessidade da prisão, permitindo uma análise mais detalhada da situação do acusado.

Além disso, a audiência de instrução proporciona à defesa a oportunidade de explorar eventuais falhas na acusação, o que pode fortalecer o pedido de liberdade provisória.

Em muitos casos, é nesse momento que o juiz obtém uma percepção mais clara sobre o caráter do acusado e sobre a gravidade real do fato imputado, podendo, assim, optar por uma medida menos severa que a prisão preventiva.

Quais são os argumentos mais comuns para solicitar a liberdade provisória?

Para que o pedido de liberdade provisória seja bem-sucedido, é essencial que a defesa apresente argumentos sólidos e bem fundamentados.

Entre os argumentos mais comuns utilizados nesse tipo de pedido está a ausência de risco à ordem pública.

A defesa deve demonstrar que o acusado não representa um perigo à sociedade, que não possui antecedentes criminais graves e que, portanto, pode aguardar o julgamento em liberdade.

Outro argumento relevante é a garantia de que o acusado não irá interferir nas investigações.

Esse ponto é particularmente importante em casos onde há testemunhas a serem ouvidas ou provas a serem coletadas.

A defesa pode apresentar declarações de testemunhas e até mesmo documentos que comprovem que o réu não tem interesse em atrapalhar o andamento do processo.

Além disso, a defesa pode argumentar com base nas condições pessoais do acusado, como residência fixa, emprego formal, e laços familiares.

Essas condições demonstram que o acusado possui um vínculo com a comunidade e que não pretende fugir, o que reduz a necessidade da prisão preventiva.

A apresentação de documentos como comprovantes de endereço, contrato de trabalho e declarações de familiares são provas importantes para sustentar esses argumentos.

Em situações mais específicas, as condições de saúde do acusado também podem ser um fator determinante para a concessão da liberdade provisória.

Quando há risco à integridade física ou mental do réu dentro do ambiente prisional, a defesa pode solicitar que ele responda ao processo em liberdade, garantindo que receba os cuidados médicos necessários.

Qual é o papel do advogado na liberdade provisória?

O papel do advogado na defesa de um pedido de liberdade provisória é fundamental.

É ele quem deve avaliar as condições do caso, estudar a legislação pertinente e estruturar a argumentação de forma a convencer o juiz de que a liberdade provisória é a medida mais adequada.

Para isso, é necessário um trabalho meticuloso de análise das provas, preparação de documentos e elaboração de uma defesa robusta.

O advogado precisa ser capaz de identificar quais são os pontos fracos da acusação e explorá-los durante a audiência de instrução.

Isso inclui, por exemplo, apontar inconsistências nos depoimentos de testemunhas, questionar a validade das provas apresentadas e destacar aspectos positivos da conduta do acusado que justifiquem a concessão da liberdade.

Além disso, ele deve manter um bom relacionamento com o cliente, explicando de forma clara as etapas do processo e as possibilidades de sucesso do pedido.

A defesa técnica é ainda mais importante quando se trata de casos complexos, nos quais a liberdade provisória pode ser a única alternativa para garantir a dignidade do acusado até o julgamento.

Nesse contexto, um advogado especializado em direito penal tem um papel estratégico, aumentando as chances de sucesso ao personalizar a estratégia de defesa conforme as particularidades do caso.

Quais os requisitos para a liberdade provisória?

Para a concessão de liberdade provisória, o juiz deve verificar requisitos específicos que assegurem que o acusado responderá ao processo sem interferir no seu andamento.

Os requisitos principais incluem a ausência de riscos à ordem pública (sem histórico de comportamento violento ou reincidência), a confirmação de endereço fixo e emprego, e a inexistência de ações que possam prejudicar a investigação, como a tentativa de influenciar testemunhas.

A análise inclui fatores como a gravidade do crime, o perfil do réu e a situação familiar.

Para crimes que não admitem fiança, como os considerados inafiançáveis, a liberdade provisória ainda pode ser concedida, mas sempre com imposição de medidas restritivas para mitigar qualquer risco.

Pode pedir liberdade provisória em audiência de custódia?

Sim, a audiência de custódia é o primeiro momento em que a liberdade provisória pode ser solicitada, sendo a oportunidade inicial de o juiz avaliar se a prisão em flagrante deve ser convertida em prisão preventiva, relaxada ou se o réu pode responder em liberdade.

Durante essa audiência, a defesa pode argumentar que o acusado não oferece risco ao andamento do processo, à ordem pública ou à segurança das testemunhas, o que, se aceito, pode resultar na concessão de liberdade provisória.

A decisão do juiz pode incluir medidas cautelares diversas da prisão, como monitoramento eletrônico e restrições de contato com outras partes do processo.

O que fazer se o pedido for negado?

Caso o pedido de liberdade provisória seja negado, a defesa pode recorrer da decisão, buscando uma instância superior para reavaliar a situação.

Os recursos cabíveis, como o habeas corpus, são ferramentas importantes para contestar uma negativa que a defesa considera injusta ou desproporcional.

O prazo para a apresentação de um recurso pode ser curto, por isso é crucial que a defesa esteja preparada para agir rapidamente.

O advogado deve avaliar as razões da negativa e, se necessário, ajustar a estratégia de defesa.

Em algumas situações, pode ser possível apresentar um novo pedido de liberdade provisória caso ocorram mudanças nas condições pessoais do réu ou no andamento do processo.

A defesa pode, por exemplo, argumentar que novos elementos surgiram que demonstram a desnecessidade da prisão.

Além disso, é importante que o advogado mantenha o cliente informado sobre as possibilidades e os próximos passos, orientando-o sobre a necessidade de seguir as recomendações da defesa para aumentar as chances de sucesso.

Mesmo após uma negativa, a defesa não deve desistir de buscar alternativas que possam garantir os direitos do acusado e preservar sua dignidade até o julgamento final.

Um recado final para você!

imagem representando advogado

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema “Liberdade provisória em audiência de instrução” pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

O suporte jurídico adequado é fundamental para que decisões sejam tomadas de forma consciente e segura.

Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia.

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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