Qual o risco de acordo informal no divórcio?

O acordo informal no divórcio pode parecer uma solução rápida e sem burocracia, mas envolve riscos sérios. Sem respaldo legal, decisões feitas “de boca” podem gerar prejuízos, conflitos futuros e perda de direitos.

Imagem representando acordo informal no divórcio.

Qual o risco de acordo informal no divórcio?

Quando o casamento chega ao fim, muitas pessoas optam por resolver tudo “no diálogo”, sem formalizar o que foi combinado. Esse acordo informal no divórcio costuma parecer mais simples, rápido e menos desgastante.

No entanto, o que parece uma solução prática pode esconder riscos jurídicos importantes, capazes de gerar conflitos, prejuízos financeiros e insegurança no futuro.

Este conteúdo foi preparado para ajudar você a entender quais são os riscos do acordo informal no divórcio, quando ele não oferece proteção legal e por que a formalização correta faz diferença para preservar direitos.

Continue a leitura e entenda como evitar problemas que costumam surgir quando tudo fica apenas “combinado de boca”.

Sabemos que questões jurídicas podem gerar dúvidas, e entender seus direitos é essencial para tomar decisões informadas. Em caso de dúvidas sobre o assunto, entre em contato: clique aqui!

O que é um acordo informal no divórcio?

Um acordo informal no divórcio é o entendimento feito diretamente entre as partes, sem homologação judicial ou escritura pública em cartório.

Em regra, envolve combinações verbais ou documentos particulares simples sobre partilha de bens, pensão, guarda e convivência com filhos.

Na prática, você e a outra parte decidem “como ficará” cada ponto, mas sem transformar isso em um ato reconhecido pelo Estado.

Esse tipo de acordo costuma surgir quando o casal quer rapidez ou acredita que não haverá conflito no futuro.

Por exemplo: vocês combinam que um ficará no imóvel e o outro receberá uma compensação “depois”, ou que a pensão será paga mensalmente “conforme combinado”.

O problema é que, juridicamente, esse acordo não nasce com força para ser exigido. Se a realidade mudar, novo relacionamento, dificuldades financeiras, desentendimentos, o combinado pode ser questionado ou ignorado.

Por que o acordo informal no divórcio é arriscado?

O acordo informal é arriscado porque não gera segurança jurídica. Sem formalização, você não tem um instrumento que comprove, de forma robusta, o que foi ajustado. Isso abre espaço para revisões unilaterais e disputas futuras.

Imagine que vocês combinem informalmente a venda de um imóvel em dois anos. Se, passado esse período, uma das partes se recusar a vender, não há título executivo para exigir o cumprimento imediato.

Será necessário iniciar um processo para provar a existência do acordo, o que demanda tempo e custo.

Além disso, acordos informais não protegem contra terceiros. Bancos, herdeiros, novos cônjuges e até o próprio Judiciário podem desconsiderar o combinado por falta de forma legal.

Em temas sensíveis, como direitos de filhos, a ausência de formalização é ainda mais grave, pois a lei exige controle judicial para assegurar o melhor interesse da criança e do adolescente.

O acordo informal no divórcio tem validade legal?

Em regra, não. Para produzir efeitos plenos, o acordo de divórcio precisa ser homologado pelo juiz (divórcio judicial) ou lavrado por escritura pública (divórcio extrajudicial), sempre com a assistência de advogado.

Essa exigência decorre do ordenamento jurídico brasileiro e garante que o ajuste seja válido, eficaz e exigível.

O Código Civil, no art. 1.58, admite o divórcio independentemente da partilha, mas isso não dispensa a formalização do que for acordado.

Já o CPC (Lei nº 13.105/2015) confere força de título executivo judicial aos acordos homologados, permitindo a cobrança direta em caso de descumprimento.

Um documento particular ou um acordo verbal pode até servir como indício, mas não substitui a forma legal. Na prática, você fica vulnerável a discussões sobre validade, alcance e prova do que foi combinado.

Quais direitos podem ser perdidos em um acordo informal no divórcio?

Em um acordo informal, você pode perder ou dificultar o exercício de direitos essenciais. Os riscos mais comuns envolvem:

Partilha de bens: sem formalização, bens permanecem em indivisão, o que pode gerar disputas futuras, inclusive com reflexos sucessórios.

Pensão alimentícia: acordos verbais não permitem cobrança imediata de atrasados, pois não há título executivo.

Guarda e convivência: sem regulamentação, decisões do dia a dia ficam inseguras e sujeitas a conflitos.

Direitos patrimoniais futuros: a falta de definição clara pode impactar financiamentos, vendas e herança.

Em um acordo informal, você pode perder ou dificultar o exercício de direitos essenciais.

Que direitos podem se perder em acordo informal?

Um exemplo prático: você concorda informalmente em abrir mão de um bem em troca de pagamentos mensais. Se os pagamentos cessarem, provar o acordo será o primeiro obstáculo. Enquanto isso, o prejuízo se acumula.

O que acontece se uma das partes descumprir o acordo informal no divórcio?

Se houver descumprimento, não existe execução direta. Você precisará buscar o Judiciário para, primeiro, reconhecer o acordo e, só depois, tentar exigir seu cumprimento. Isso significa mais etapas, mais tempo e maior custo.

Na prática, o caminho costuma envolver:

Esse cenário gera urgência: quanto mais tempo passa, mais difícil comprovar o que foi combinado.

Além disso, mudanças na situação pessoal ou financeira das partes podem alterar completamente o desfecho. O que parecia simples se transforma em um litígio complexo.

Como formalizar corretamente um acordo no divórcio e evitar problemas?

Para evitar riscos, a formalização deve seguir a lei. As vias adequadas são:

Divórcio judicial

Quando há filhos menores ou incapazes, ou quando se opta pelo Judiciário, o acordo é apresentado ao juiz para homologação. A decisão confere validade e força executiva.

Divórcio extrajudicial

Quando há consenso é possível formalizar por escritura pública em cartório, com advogado. O ato tem eficácia imediata.

Em ambos os casos, a formalização garante:

Um acordo informal pode parecer suficiente no presente, mas o tempo costuma revelar riscos ocultos. Formalizar corretamente é a forma mais segura de proteger você, seus bens e sua família.

A orientação de um advogado permite avaliar o caso, antecipar problemas e escolher a via adequada antes que oportunidades se percam.

Um recado final para você!

Imagem representando um advogado para divórcio.

Em caso de dúvidas, procure assistência jurídica!

Sabemos que o tema pode levantar muitas dúvidas e que cada situação é única, demandando uma análise específica de acordo com as circunstâncias de cada caso.

Se você tiver alguma questão ou quiser saber mais sobre o assunto, recomendamos a consulta com um advogado especialista.

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Artigo de caráter meramente informativo elaborado por profissionais do escritório Valença, Lopes e Vasconcelos Advocacia

Direito Civil | Direito de Família | Direito Criminal | Direito Previdenciário | Direito Trabalhista | Direito Bancário

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Autor

  • joao valenca

    •Advogado (43370 OAB) especialista em diversas áreas do Direito e Co-fundador do escritório VLV Advogados, empresa referência há mais de 10 anos no atendimento humanizado e mais de 5 mil cidades atendidas em todo o Brasil.

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